sexta-feira, 2 de maio de 2008

Competições europeias, um novo euromilhões?















Título estranho, é verdade, mas aqui no Jogo Por Jogo não é nosso costume fazer afirmações sem fundamentos, tanto é que eventos recentes nas competições milionárias levam-nos a elevar algumas observações e preconceitos cliché aos nossos leitores.
Como provavelmente muitos já sabem, o Chelsea bateu o Liverpool nas meias-finais da Champions League, passando assim, pela primeira vez, à final da mais cobiçada liga de todas, onde irá defrontar o seu rival directo pelo título da Premier League, o Manchester United. Uma grande quantidade de perguntas surgiu após a percepção deste evento muito especial, contudo, não muito invulgar. Será que Avram Grant é melhor que Mourinho, já que este último não conseguiu superar o Liverpool na Champions? Porque terão os "reds", tão fortes na Europa, perdido para com um velho conhecido? Será que apartir de agora vai haver sempre pelo menos uma equipa inglesa na final da Champions? Porque será que ainda existem meias-finais tão monótonas como a do Manchester United x Barcelona?
Existem ainda muitas mais perguntas, mas a verdade é que já não existem dúvidas que tanto intra como internacionalmente, o futebol inglês é, sem dúvida, o melhor, e trata-se duma Liga em que uma equipa como o FC Porto ou o Olympique Lyonnais se classificariam lá para o 7º ou 8º lugar. Não querendo fugir ao título deste post, o nosso objectivo é transmitir que é cada vez mais errado levar a cabo clichés em relação a estas competições, como por exemplo, "O FC Porto vai vencer o Schalke com muita facilidade!" ou "O Barcelona não passa da fase de grupos" e até mesmo "O Valência ano passado chegou aos quartos, este ano consegue a final!". Tudo errado, não pelo conteúdo das frases, mas sim pela impredictabilidade desta Liga milionária, onde muita coisa está em jogo. Para uns, glória e reconhecimento, para outros, dinheiro e muitas emoções. Este ano não foi excepção com vitórias imprevisíveis e apuramentos improváveis, como por exemplo, a presença do Fenerbahçe nos quartos-de-final da Champions ou o não-apuramento do Valência para as rondas "a eliminar".
Também, a nível da Taça UEFA, e porque estamos a falar de competições europeias no geral, quem diria que o defensivo (quem diria?) Rangers ou o brilhante Zenit chegariam à final da prova? Aliás, no início da época, dado o seu estatuto, o Bayern de Munique, era mesmo considerado o super-favorito (se é que nestas competições os existem), a vencer esta taça, e acabou "cilindrado" (4-0) pelos surpreendentes russos de São Petersburgo, com um prestígio internacional, esmagadoramente inferior ao dos bávaros.
Tudo isto para concluir, que simplesmente pensamos ser um tanto arriscado apostar off ou online neste tipo de jogos, dada a sua grande impredictibilidade.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"Os 3 estarolas"

Pouco há para dizer sobre este golo que acompanha o do post anterior como um golo muito caricato. Há que dar algum mérito à bicicleta de Bruno Fogaça, apesar do mais interessante neste lance ser, sem dúvida, a descoordenação defensiva do sporting. Polga mal no atraso, Patrício não soube sair e Tonel nem acerta na bola...quem terá mais culpa? Não se sabe, mas felizmente para eles o sporting venceu o encontro.

Golo caricato

Golo de Romagnoli, que por uma sequência improvável e hilariante de acontecimentos, seria candidato ao prémio do "Golo Caricato do Ano", se tal troféu existisse.
Comprovem, com os próprios olhos!


quarta-feira, 30 de abril de 2008

Paulo Assunção, o jogador invisível


Não marca golos, não remata sequer, não faz assistências, não tem jeito para cobrar livres, não faz passes longos, não dribla, não é super rápido, não se destaca pela agressividade, não é alto, não é forte, não vende capas de jornal, não usa penteados extravagantes, não calça chuteiras laranja fluorescente...
Enfim, quem é então este jogador?
É o melhor médio-defensivo da Bwin Liga, Paulo Assunção da Silva, ao lado de Lucho e Lisandro, uma pedra nuclear, na conquista do título esta época.
Para quem não se lembra, Paulo Assunção, apareceu no FC Porto, em 1999/2000, como avançado, tendo efectuado, jogos somente pela equipa "B" dos «dragões». Como é que passado uns anos é um dos melhores médios-defensivos da Europa? Não se sabe. Só se sabe que se eclipsou, jogando dois anos no Palmeiras, aparecendo depois em 2002, no Nacional, já como médio. Depois, em 2004, protagoniza aquele célebre conflito entre Nacional e Sporting (o primeiro de dois), e acaba no FC Porto, que o empresta por uma época ao AEK de Atenas, treinado na altura por Fernando Santos.
Em 2005, com Co Adriaanse, ingressa definitivamente no plantel do FC Porto. Inicialmente suplente, joga a titular, com sucesso, num jogo da Liga dos Campeões frente ao Inter (que o FC Porto venceu 2-0), e desde aí, que tem feito quase sempre parte dos "onzes", quer de Co, quer de Jesualdo.
Mas em que é que o brasileiro é bom?
Em tudo. Tudo? Mas ele nem remata à baliza, nem faz os passes longos de Miguel Veloso (nem tem a agressividade na recuperação da bola de Petit ou Binya), dirão alguns. Nem tem de o fazer, digo eu. Se aliasse as suas capacidades, a estas óptimo. Mas como é dificil um jogador ser bom em tudo, eu diria que ele é eficaz, no que compete a um médio-defensivo, e basta. Porque um atleta que jogue nesta posição, deve ser um jogador essencialmente "táctico", ou seja um jogador com sentido colectivo, que saiba ler o jogo, posicionar-se correctamente na ocupação de espaços e que com a bola dos pés, procure acima de tudo não comprometer, efectuando passes simples mas certos. E nisso Paulo Assunção é exímio. O brasileiro, faz quase sempre passes curtos, para o lado às vezes. Alguns críticos, não gostarão, desse factor, mas não valerá mais para o lado, o mais simples possível, e que não se perca à bola, do que fazer passes espectacularmente executados tecnicamente, e que a equipa corra o risco de perder a bola? Claramente. E um jogador, como Paulo Assunção, que cumpre sempre tacticamente, sacrifica o brilho individual em detrimento do sucesso colectivo, estando sempre no sítio correcto (parece que adivinha onde a bola vai cair), e tendo uma percentagem de passes falhados muito baixa, qualquer treinador gostaria de ter no seu plantel. É um jogador, que sem ser alto e viril, nem tecnicamente evoluído, é sobretudo inteligente. É esse o ponto forte de Assunção! Os fracos, é que não remata praticamente nunca, e fica muito remetido atrás por vezes, não apoiando muito a equipa no ataque. Mas serão reais pontos fracos? Competirão essas tarefas ao "trinco"? Eu julgo sinceramente que não. Aliás, o facto de iniciar a fase de construção de jogo da equipa (o esférico passa quase sempre por ele), não comprometendo a posse de bola, será já uma ajuda ofensivamente.
Resumindo, julgo que mesmo sendo invisível para alguns, Assunção, tem mesmo uma quota parte significativa no sucesso do FC Porto, e é sem dúvida alguma, e volto a dizer, o melhor médio-defensivo a jogar em Portugal, e apenas não entendo, porque nunca é referido pela comunicação social, quando se fala em potenciais transferências para o estrangeiro. Talvez os motivos sejam os "nãos" do primeiro parágrafo...

domingo, 27 de abril de 2008

Dinâmica e Problemas em Inglaterra




Continua apertada a corrida ao título da Premier League, e, neste passado sábado, a colisão entre os grandes "blues" e "red devils" teve um desfecho um tanto imprevisível. Num jogo com duas equipas a pensar mais à frente devido aos embates da Champions que se aproximam, muitos jogadores foram poupados, mas o que conta ao final do dia são os resultados, e a verdade é que o Chelsea venceu o Manchester United por 2-1.
O Chelsea dominou a primeira parte quase por completo, tanto é que a ausência de Lampard (faleceu a sua mãe) não se demonstrou de grande significância, e o primeiro tento surgiu em períodos de compensação, com um bom cabeçeamento de Ballack, após cruzamento de Drogba. O Manchester via as suas transições defesa-ataque muito mal finalizadas graças a uma má exibição do português Nani.
Já na segunda parte, um erro crucial de Ricardo Carvalho viria a relançar a partida, pois, após um passe de Paulo Ferreira, Carvalho, desconcentrado, colocou a bola numa zona vazia, que Wayne Rooney aproveitou para interceptar e igualar o jogo. Os "blues" voltariam a dominar a partida, com o senão de Drogba e Ballack estarem constantemente a discutir devido à cobrança dos livres. Contudo, a 5 minutos do apito final, uma "mão marota" de Carrick na área do Manchester concedeu uma grande penalidade ao Chelsea. O alemão Ballack não vacilou, e, assim, bisou no clássico, dando 3 preciosos pontinhos aos "blues" e, mais importante ainda, relançando a equipa londrina no título inglês.
Outro jogo menos provável foi o Liverpool x Birmingham, em que o Birmingham, após estar a vencer por 2-0, com golos de Forssel e S. Larsson, deixou descair uma vital vitória para a sua manutenção aos braços dos "reds" de Rafa Benítez, que, felizmente, conseguiram virar a partida para 2-2, caso contrário alguém iria ficar muito mal visto, e todos sabemos o preço a pagar por deixar milhões de adeptos ferrenhos insatisfeitos.
Importante foi a mudança de atitude do Liverpool na segunda parte sendo que, aos 62' Peter Crouch conseguiu devolver esperança a uma equipa que se encontrava despedaçada e confusa devido às ausências de jogadores como Dirk Kuyt, Fernando Torres, S. Gerrard, Carragher e Mascherano. Mais decisivo ainda foi o israelita Benayoun, que ao aproveitar um precioso cruzamento do brasileiro Lucas Leiva fez o resultado final.
Basicamente, podemos dizer que o Liverpool se livrou de um grande susto.