domingo, 13 de abril de 2008

A queda da «águia»


Numa jornada, em que o Sport Lisboa e Benfica, caiu para o quarto posto classificativo, ultrapassado por Sporting e V.Guimarães, que venceram os respectivos encontros, vale a pena falar deste clube, e dos motivos, que podem levar ao descalabro desportivo, esta temporada, já que os «encarnados» a quatro jogos do término da prova, já não dependem só de si para garantirem a qualificação para a Champions. E ainda vão jogar ao Dragão...
Por mais explicações que se tente arranjar para a má temporada dos encarnados, quer a nível nacional, quer europeu, estas embatem todas numa só. A gestão danosa de Luís Filipe Vieira. Na época em que perdeu definitivamente o seu parceiro José Veiga, e sem director para a pasta do futebol, o ex-empresário do ramo pneumático, assumiu a função. E não podia ter corrido pior...
Vamos começar pelo princípio.
Na sequência, da última época, em que o Benfica, apesar de se ter qualificado, apenas no terceiro lugar, terminou a liga, a dois pontos do campeão FC Porto, praticando até muito bom futebol em alguns jogos, o presidente optou pela continuação de Fernando Santos, no comando técnico «encarnado». Contudo, desde cedo, se percebeu que o "Engenheiro do Penta", era um treinador "a prazo", pois à mínima falha, Luís Filipe Vieira acabaria de imediato com a sua estadia no banco da Luz. E até pareceu, que ia contribuindo para que isso sucedesse rápido. Ora vejamos. Fernando Santos, diz que a perda de Simão, seria um "pesadelo", e o que acontece? No dia seguinte, o ex-capitão do Benfica, estava no Atlético de Madrid. Depois, na véspera, da primeira mão, da decisiva pré-eliminatória, com o Copenhaga, Manuel Fernandes, que iria ser titular, abandona subitamente o barco, deixando o então treinador incrédulo no que lhe estava a acontecer. Além, do mais, Karagounis, rumou à Grécia, por motivos pessoais, e sobre Miccoli não foi accionado o direito de opção, para a sua contratação definitiva. Menos dois titulares de 2006/2007...Esta situação, a juntar a um amontoado de jogadores, a maioria estrangeiros, uns de qualidade, mas que nem conheciam praticamente o Benfica (como Di María, que nem sabia quem tinha sido Eusébio), outros contratados sem qualquer critério, só poderia levar à saída do fragilizado técnico português. E tal aconteceu mesmo, e num timing, inoportuno, pois o campeonato já tinha começado, jogava-se a segunda mão da pré-eliminatória da Liga dos Campeões, em Copenhaga, dentro de dias, e o mercado de Verão, estava prestes a encerrar, pelo que o treinador que viesse, herdaria um plantel, que praticamente não tinha sido escolhido por ele (ainda foi a tempo de indicar Maxi e Rodríguez). E veio Camacho. Presidente orgulhoso, pela sua espectacular aposta pessoal, adeptos eufóricos nas bancadas da Luz, muita emoção. Naquela altura, o espanhol era o herói, Santos o réu. Porém, o desenlace da época, veio revelar o contrário. Não era o mesmo, Camacho, que há uns anos atrás, num jeito aguerrido e disciplinador, conquistou dois vice-campeonatos e uma Taça de Portugal. Era outro, um treinador, com discurso apático e estranhamente conformado, uma sombra de si próprio. Personificava exemplarmente, a época que o Benfica viria a realizar.
O "inferno da Luz", transformou-se num inferno, mas para o Benfica, que semana a semana, desperdiçava pontos no seu próprio terreno. Entre um 4x4x2 clássico no inicío, e um 4x2x3x1 "à Camacho", as «águias», sem identidade própria, com fraco jogo colectivo, iam-se sobressaindo um pouco, pela grande valia individual, de jogadores como Rui Costa, Quim ou Cristian Rodríguez.
Sem rotinas de jogo, em campo dava a ideia, que os jogadores nem treinavam durante a semana. No mercado de Janeiro, o improdutivo gigante Makukula, e o desconhecido talento Sepsi, fizeram correr muito tinta nos jornais, mas pouco ou nada acrescentaram.
Após o empate caseiro com o Leiria (2-2), José António Camacho, abatido, tanto pelos resultados, como pela morte recente do seu pai, disse que não "tinha mais argumentos, para conseguir motivar os jogadores", e saiu. Com poucos jogos por disputar, Chalana, eterno adjunto, tomou as rédeas do banco «encarnado». Como era óbvio, aquele pobre homem, dedicado, mas sem qualquer carisma, ou conhecimentos que se conheça, não iria mudar nada (a não ser em termos tácticos, em que mudou para um 4x4x2 losango, parecido com o de Santos, mas obviamente sem as mesmas rotinas). E assim foi. Aquele jogo em Getafe, em que o Benfica, foi vulgarizado pela segunda linha dos espanhóis, num jogo sem ideias no seu futebol ofensivo, e permeabilidade defensiva, foi um bom exemplo disso. Tal, como na passada Sexta-Feira, com a Académica. Pelo meio, duas boas exibições, com Paços de Ferreira (4-1), e Boavista (0-0), que Chalana, fez logo questão de dizer que tudo já estava óptimo, o que se verificou semanas depois, que tal não era assim. E está assim descrita, a temporada do Benfica, até ao momento.
Vou então referir, por tópicos, exemplos concretos, da péssima gestão de Luís Filipe Vieira (LFV), a nível desportivo, financeiro e psicológico:

-Tentativa, de fazer de Fernando Santos, responsável pelo insucesso do início do campeonato, quando o culpado era só ele, pois na época anterior, num 4x4x2 losango, o Benfica praticava em muitos jogos, futebol de qualidade. O "herói" Camacho, que não é nenhum mestre táctico, e perante a dificuldade de gerir o "balneário", que o próprio LFV construi-o, levou à sua demissão óbvia.

-Guerra provocada, com José Veiga, e posterior saída definitiva deste. Esta atitude foi um "tiro no próprio pé", pois como se viu LFV, não tinha qualquer aptidão para gerir a pasta do futebol, que ficou assim sem qualquer director específico, com o resultado que está à vista.

-Tentativa, de desculpar a má época, com constantes lançamentos de suspeição inoportunos, em torno da arbitragem no futebol português, dizendo que estava montada "uma guerra contra o SLB", ou lá o que era. Aquela, intervenção histérica depois do jogo do Bessa, foi absolutamente ridícula. Este tipo de saídas, retira estabilidade ao grupo de trabalho.

-Constantes declarações, ilógicas, incoerentes, demagógicas, e inoportunas. "Temos o melhor plantel dos últimos 10 anos" ou "Os adeptos do Benfica sabem muito bem, que temos uma grande equipa". Eles não se guiam por títulos", são bons exemplos do que pretendo dizer.

-Pouco acerto nas contratações. Comprou-se muitos jogadores sem qualidade ou capacidade de adaptação (Bergessio, Zoro, Edcarlos, Andrés Diaz, Binya, Makukula, Luís Filipe), e outros com atributos, mas sobrevalorizados (Cardozo, 9 milhões de euros por 80% do passe, Maxi Pereira, 3 milhões por 70% do passe). Aliás, os valores envolvidos na contratação de um jogador, grande, mas mediano, como Makukula, são uma aberração. Os 4,1 milhões de euros dispendidos (entre Marítimo e Sevilha), davam para assegurar a continuidade do importante Miccoli.
Não houve substituto, tanto para Simão (Di María é um jogador muito inexperiente ainda), como para os médios Karagounis e Manuel Fernandes.

-Má política monetária, pois estas falhas, levaram a uma soma dispendida (31 milhões de euros), astronómica, tendo em conta, quer a capacidade financeira dos clubes portugueses, quer relativamente ao que os seus adversários directos gastaram. Péssima relação custos/resultados portanto.

-Timing, escolhido para anunciar, a futura tarefa de Rui Costa, na S.A.D. benfiquista, pois este ainda é atleta do clube, o que poderá causar um certo mau-estar, no seio do plantel «encarnado»

Em suma, com tantos erros de casting e gestão, o voo da águia, não podia ter sido muito mais alto...


11 comentários:

Anónimo disse...

gostava que o LFV lê-se isto para se dar conta de tudo o que se passa. É que ele ainda não conseguiu perceber que o grande culpado é ele. Mas enquanto ele lá estiver ao menos o Porto vai ganhando títulos portanto ele que continue.
continuem o bom trabalho!

Mister Fred disse...

Exacto, se há coisa que o LFV não tem, é capacidade para assumir os próprios erros, e prefere normalmente atirá-las para cima deste ou daquele. Contudo, o pior mal do Benfica, é ele próprio.
Cumprimentos e agradecimentos,

Anónimo disse...

adoro a maneira como abreviam para "LFV" xD

Anónimo disse...

ya , é como PC , pa pinto da costa, parece "personal computer" xDD

Anónimo disse...

ya lol essa do pc realmente n deviam por abreviado para o nome do grande presidente xD
deviam ter falado da obcessao do lfv( esse sim pode se escrever com letra pequena porque de presidente nao tem nada ) pelo apito dourado xD
*****

Mister Fred disse...

LOL.Ok, já percebi que os visitantes não gostam muito de ver nomes abreviados xD
"Tentativa, de desculpar a má época, com constantes lançamentos de suspeição inoportunos, em torno da arbitragem no futebol português, dizendo que estava montada "uma guerra contra o SLB", ou lá o que era. Aquela, intervenção histérica depois do jogo do Bessa, foi absolutamente ridícula. Este tipo de saídas, retira estabilidade ao grupo de trabalho."
Não se fala na palavra "Apito Dourado", mas falamos disso exactamente, a que a visitante se refere :p BENFICAAA!! x)

Anónimo disse...

apito dourado nao e uma palavra sao duas xD

Mister Fred disse...

Ok, desculpe a incorrecção. LOL

Anónimo disse...

Mas vocês ainda se dão ao trabalho de falar do benfica?? que perda de tempo... xD

Mister Fred disse...

exacto, não vale a pena xD

Mister macedo disse...

temos de mostrar q nao somos parciais :P