quarta-feira, 18 de junho de 2008

O fracasso Domenech

A França, depois de assegurar o vice-título mundial em 2006, acaba de nos desiludir completamente neste Europeu de 2008. E o problema, está muito além quer dos resultados, quer do miserável goal-average (-5). O problema está no que foi por todos observado, jogo após jogo neste Euro. A escassez de ideias, a rigidez táctica, a falta de movimentações colectivas, a inoperância de Domenech. Neste Euro, a França foi somente a soma das partes, um amontoado de jogadores.
Mas comecemos pelo princípio.
Primeiro, não entendo sinceramente, porque é que Raymond Domenech, não convocou David Trezeguet, que realizou uma época excelente na Juventus, preferindo convocar por exemplo, um tal de Gomis, que não convenceu minimamente, pois naquela anarquia de ideias, nem sequer dele sobressaiu qualquer dote técnico. A única coisa que saltou à vista foi mesmo o seu enorme cabelo selvagem. Depois também, não compreendo porque se convocou Patrick Vieira, se estava lesionado, e nem jogou 1 minuto que seja. Estaria a ser guardado para os quartos-de-final? Não seria Mathieu Flamini mais útil? É que analisando, a prestação daquele redutor duplo-pivot "Makelele-Toulalan", parece-me que sim, pois apesar de serem dois bons médios-defensivos, se jogar com um deles julgo ser positivo, com os dois parece-me patético, pois hipoteca em larga escala a construção de jogo dos franceses. E foi esse um dos principais problemas desta selecção. Sem Zidane (que falta faz!), Vieira e Flamini, não havia ali mesmo ninguêm que desse um pouco de clarividência no centro do meio-campo francês, alguém que pensasse o jogo. Ou melhor havia o virtuoso Samir Nasri, mas Domenech mais uma vez mostrou a sua astúcia, e colocou o dito sucessor de Zidane sempre no banco...
Depois na defesa, esteve outro problema. Se no primeiro jogo com a Roménia, pouco se notou, dada a fraca capacidade de construção de jogo ofensivo dos romenos, nos outros jogos aquilo foi uma auto-estrada. É que se o velho Makelele, ainda dura, dura...O "dinossauro" Thuram não dura coisa nenhuma, já não tem pernas, e formou com Gallas uma fractura no eixo defensivo. Mas Raymond Domenech para tudo tem solução e no terceiro jogo resolve colocar Abidal a central com Gallas, entrando Evra para o onze inicial. Se é verdade que sempre gostei mais de Evra, que Abidal na esquerda, não posso compreender essa brilhante decisão, cujos resultados ficaram bem à vista. Um lateral adaptado e sem rotinas, esteve mal ao nível do posicionamento, o que o obrigou a cometer um penalty suicida sobre Toni, expulsão directa, prejudicando ainda mais a desorientada equipa francesa.
Em termos ofensivos, quer nas alas, quer no eixo do ataque, nada a dizer individualmente. Faltou Trezeguet é certo. Mas havia Henry, Benzema, Ribery, Malouda, Govou, Anelka...Enfim...um vasto leque de soluções...Pena que não houvesse praticamente jogo colectivo, com cada um a querer levar a água ao seu moinho, de qualquer maneira, individualmente...Ora pegava Henry na bola e tentava resolver...ora era Ribery...No jogo com a Holanda há quem diga que a França jogou muito bem. Eu diria apenas que teve muito volume de jogo ofensivo, mas que foi mais uma vez cada um por si, e à pressão a tentar tirar "coelhos da cartola". Já para não falar nos espaços defensivos, que esta avalanche ofensiva abriu. E a Holanda aproveitou.
Em suma, uma catastrófica participação gaulesa no Euro 2008, que deverá ser lembrada por muitos anos, por forma a não se voltar a repetir. E nem é por um ou outro aspecto em termos de escolha de jogadores que se possa apontar a Domenech, a questão nem está aí. O problema, foi o 4-4-2 clássico montado por este, sem qualquer tipo de rotina, sem soluções tácticas, sem movimentações colectivas, sem nenhuma jogada que parece-se ter sido treinada, nada, nada...Não sei mesmo o que é esta personagem, esteve a fazer com os seus jogadores ao longo de três ou quatro semanas. A avaliar pelo que foi observado, julgo que nada. E por tudo isso, Raymond Domenech tem mesmo de ser considerado, o pior treinador do Euro sem dúvida. Porque com os recursos disponíveis, fazer-se o que ele fez, é vergonhoso. E nem a boa participação de 2006, serve de desculpa...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Portugal - Fase de Grupos


Como seria de esperar Portugal, venceu o Grupo A, que teve a Turquia como principal surpresa, virando dois resultados. A Classificação Final do Grupo é a seguinte:

País / Pontos / Golos marcados-sofridos / Diferença de golos

1. Portugal - 6 / 5-3 / +2

2. Turquia - 6 / 5-5 / 0

3. República Checa - 3 / 4-6 / -2
4. Suiça - 3 / 3-3 / 0

Análise:

Dois jogos de boa qualidade de Portugal, quer com a Turquia, que foi no primeiro jogo uma oposição não muito forte, quer com a República Checa, num teste mais difícil, que Portugal teve de ter cabeça, e alguma paciência, dada a superioridade táctica dos checos, em relação aos turcos.
No terceiro jogo, apesar de não ter qualquer interesse prático, fica uma mancha no percurso de Portugal, pois com uma equipa desfalcada de oito unidades titulares, todos os bons princípios de jogo, verificados na duas primeiras rondas, não foram visíveis. Mas como disse, tal poderá dever-se essencialmente à alteração, para mim exagerada (bastaria saírem 5 ou 6), de unidades, constituindo-se por exemplo um meio-campo sem qualquer tipo de rotinas de jogo.
Espera-se no entanto, que tenha sido somente um acidente de percurso, e que Portugal volte ao seu nível técnico-táctico inicial, já nos Quartos-de-Final. Se assim for, terá boas possibilidades de avançar para as meias-finais da prova, quer encontre Alemanha, Áustria ou Polónia.
Das restantes equipas do grupo não há muito a dizer, somente que pareceu existir equilíbrio entre si. Os checos pelo que vi, pareceram-me os melhores a nível da qualidade táctica do jogo, contudo, não se pode deixar de lamentar, a forma como perderam o último jogo com a Turquia, consentindo o volte-face no marcador. Só por isso, julgo que mereceram a não qualificação. Por outro lado, a Turquia depois de um primeiro jogo pouco conseguido, em que até pareceu uma selecção débil, demonstrou elevada força mental, ao virar dois resultados, tendo também bons executantes técnicos. Merece a passagem. A Suiça, apesar de numa táctica estanque (4x4x2 rígido e previsível), mas organizada, pareceu-me ser das quatro, a equipa menor apetrechada em termos da valia individual dos jogadores, existindo um ou outro interessante. Não demonstrou para mim, potencial para justificar a qualificação para uma fase mais avançada da prova. Os helvéticos, despedem-se do torneio, no seu próprio território, e terei a maior curiosidade de observar como irá evoluir nos próximos dois anos, sob o comando de Ottmar Hitzfeld, pois julgo que apesar da matéria prima disponível não ser muito abundante, se pode fazer mais e melhor.

Jogadores em destaque:


Pepe (Portugal)
Ricardo Carvalho (Portugal)
João Moutinho (Portugal)
Deco (Portugal)
Nuno Gomes (Portugal)
Nihat Kahveci (Turquia)
Arda Turan (Turquia)
Milan Baros (República Checa)
Sionko (República Checa)
Hakan Yakin (Suiça)
Ludovic Magnin (Suiça)







segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quem é Lukas Podolski?

Lukas Podolski, é um avançado alemão, que nasceu na Polónia (Gliwice, Upper Silesia), a 4 de Junho de 1985. Porém, aos dois anos de idade mudou-se para a Alemanha (Bergheim).
Começou a jogar futebol aos seis anos, na equipa da sua cidade (FC Bergheim). Em 1995, com dez anos de idade, mudou-se para o Colónia (FC Koln), onde esteve até 2006, altura em que após um excelente Mundial (esteve a bom nível, e marcou três golos no total), no qual a Alemanha anfitriã, garantiu o terceiro lugar (e ganhou o prémio individual de melhor jogador jovem do torneio), ingressou no gigante Bayern de Munique. Em Colónia era um ídolo, e contribuiu para inúmeros golos da sua equipa, que acabou por descer de divisão em 2005-2006. Na capital da Baviera, o jogador têm sido útil, contudo não têm, nem marcado muitos golos, nem sido titular indiscutível, devido principalmente à fortíssima concorrência no plantel (Miroslav Klose, Luca Toni...). Apesar de tudo sagrou-se, campeão da 1. Bundesliga, numa época em que os bávaros não deram hipótese na corrida pelo título.
Não obstante isso, na selecção alemã, tal não acontece e Podolski é imprescindível. Com a ascensão, de Mário Gómez (Estugarda), Podolski nem sempre joga na sua posição natural, actuando muitas vezes numa das alas do meio-campo germânico. Seja onde for, certo é que Joachim Low, não prescinde dele, dada a sua importância, quer individual, quer para o funcionamento do colectivo.
E foi precisamente, nesta posição (ala esquerda de um 4-4-2, formato clássico), que brilhou ontem à noite frente à Polónia. Não falo só dos golos, mas sim de todos os movimentos importantes para o colectivo. Médio esquerdo no papel, na prática e quando a sua equipa atacava, Podolski aparecia quase sempre como um terceiro avançado, combinando bem com Mário Gómez e Klose. Foi precisamente este tipo de jogadas, que proporcionou os dois golos de Lukas à Polónia. Na altura de defender, aí sim, encostava no lado esquerdo da linha de 4 do meio-campo (um meio-campo que baixava bastante a defender, num bloco baixo), de forma a preencher melhor os espaços defensivos.
Mas falo deste jogo para quê?
Para exemplificar, de forma evidente, as suas características fundamentais. Ou seja, é um jogador que não é excepcionalmente alto e forte, nem um super-habilidoso tecnicamente, um driblador. Também não é regra geral (apesar de ontem ter sido extremamente eficaz), um matador implacável (também por causa dos espaços que ocupa, não se limita a estar na área, é pelo contrário bastante móvel, mesmo quando joga na sua posição natural). Porém, é um extraodinário jogador de equipa. É bom tecnicamente, é inteligente, culto tacticamente e móvel. Julgo que é visivelmente, um (bom) produto da escola alemã, que forma sobretudo jogadores eficazes e com sentido prático e colectivo, e não "malabaristas".
Já começou bem o Euro, vamos ver se acaba ainda melhor. Promete...

Curiosidades:

-Nasceu como Lukasz Podolski, que é o seu nome original em polaco.

-Por vezes, nos jogos do Bayern, comunica com o seu companheiro Miroslav Klose (que também é de ascendência polaca), em polaco, de forma aos jogadores das equipas adversárias, não entenderem as conversas.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Quem é Edwin Van der Sar?



Experiência e veterania são importantes no futebol, principalmente nos momentos chave. Por isso, a “laranja mecânica” terá um grande ponto forte na defesa da sua baliza.
Edwin Van der Sar nasceu a 29 de Outubro de 1970. Foi descoberto pelo técnico Van Gaal, na altura em que era ainda técnico-adjunto no Ajax de Amesterdão. Só após três anos no clube é que conquistou a titularidade. Teve grandes épocas na equipa holandesa, em que ganhou a Taça UEFA em 1992, a Liga dos Campeões (numa equipa de jovens talentosos como Davids ou Seedorf), a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental em 1995. Considerado o melhor guarda-redes europeu, o holandês era cobiçado por grandes clubes, o que o levou à Juventus, em 1999, clube em que, infelizmente, as coisas não correram bem, acabando com a sua transferência para o Fulham, devido à contratação de Buffon pela Juventus. Foi nesta equipa, onde esteve desde 2001 até 2005, que Van der Sar voltou a ser grande, contribuindo para a permanência da equipa na Premier League. Posteriormente, Edwin foi contratado pelo Manchester United. O guarda-redes voltou aos grandes momentos que tinha vido no Ajax, tendo, até agora, ganho dois campeonatos, uma Taça da Liga, uma Community Shield e uma Liga dos Campeões, onde defendeu uma grande penalidade que ditou a vitória da sua equipa contra o seu rival inglês, o Chelsea.

No campo, Edwin Van der Sar é um guarda-redes com um excelente jogo de mãos, embora não tenha uma grande agilidade, devido à sua altura (1,97m). É um especialista em grandes penalidades, o que dará um maior favoritismo à sua selecção no desempate após prolongamento.
CURIOSIDADES:
- Edwin Van der Sar não jogou sempre a guarda-redes, pois até aos oito anos era jogador de campo. Num jogo em que o guarda-redes da sua equipa se ausentou, o seu treinador mandou-o ir para a baliza, por causa da sua altura.
- O holandês, antes de ir para o Ajax, estava muito mais preocupado com os estudos do que com o futebol, pois queria obter o diploma de comerciante e abrir uma loja na sua cidade natal, jogando futebol por lazer.



terça-feira, 3 de junho de 2008

Quem é Franck Ribery?

Pode não ter uma cara das mais amigas, mas em campo ninguém "desfila" como ele.
Franck Ribery, francês, é um médio-ofensivo nascido a 7 de Abril de 1983 e que muitos consideram como o sucessor do craque Zinedine Zidane. Iniciou a sua carreira em 2001 no US Boulogne e desde ai foi-se transferindo para vários clubes, nomeadamente turcos. O mais conhecido deverá ser o Galatasaray, onde jogou em 2005, até se transferir para o Olympique Marseille, que foi, de certo, onde teve as suas melhores épocas, até porque recebeu a melhor das "recompenas" : um lugar na seleção francesa no Mundial de 2006. Obviamente, provou o seu valor e 2007 acabou por ser o seu último ano no Marselha, tendo partido rumo à Alemanha, para jogar ao serviço do "gigante" Bayern de Munique.
Ribery é um jogador determinado e muito lutador, finta bem sob pressão e é perito em perfurar a área pelas linhas. Com o seu estilo bruto promete não fazer a vida fácil aos sectores defensivos das outras seleções.
Desta vez, além do habitual vídeo que demonstra as suas capacidades e o que já fez, colocamos outro que por sua vez se trata dum "confronto" amigável entre Ribery e Luca Toni, incluindo alguns desafios menos habituais...






O Confronto




Curiosidades: Possui uma grande cicatriz no lado direito do seu rosto, proveniente dum acidente de carro que teve com os seus pais quando tinha 9 anos. Enquanto que os seus pais não sofreram danos consideráveis, Ribery teve de ser sujeito a algumas cirurgias plásticas.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sondagens Jogo por Jogo - Bwin Liga 2007/2008


Ao longo de meses, os visitantes do Jogo por Jogo, votaram nas nossas sondagens "Melhores do campeonato". Agora serão apresentados os resultados finais (quase todos já conhecidos), de acordo com as escolhas dos votantes.

Melhores do campeonato 2007/2008:

Melhor jogador - Lucho González (FC Porto)

Jogador revelação
- Tarik Sektioui (FC Porto)

Melhor jogador jovem (sub-23)
- Simon Vukcevic (Sporting CP)

Melhor guarda-redes
- Eduardo (V. Setúbal)

Melhor treinador
- Manuel Cajuda (V. Guimarães)

Quem assim não votou, sugiro que reclame...

domingo, 1 de junho de 2008

Hélder Postiga no Sporting

É oficial e surpreendente. Hélder Postiga é mesmo reforço do Sporting, para as próximas três épocas (com mais uma de opção). O Sporting pagou 2,5 milhões de euros por metade do passe, o que não pode ser considerado muito, dado o seu valor. O jovem extremo da formação leonina, Diogo Viana, está também envolvido no negócio e vai ingressar no FC Porto, sendo curioso verificar como vai evoluir. Postiga terá aproveitado, a mini-folga na selecção, para tratar dos últimos detalhes. Desde 2002/2003 (no FC Porto vencendo a Taça UEFA), que o jogador nunca mais fez uma grande época. Em 2003/2004 não se adaptou de todo ao futebol inglês, não vingando no Tottenham. O FC Porto voltou a contratá-lo para a época 2004-2005, mas nunca mais se afirmou completamente na equipa dos «dragões». 2004-2005 não foi de todo uma grande época para voltar, pois foi a temporada de transição pós-Mourinho, ou seja, uma época imprópria, para qualquer jogador brilhar no clube. Em 2005-2006, prometeu muito na pré-época, com Adriaanse a querer fazer dele uma espécie de médio-ofensivo, mas incompatibilidades com o holandês logo a seguir à segunda jornada, arrastaram-no para um empréstimo de meia época aos franceses do St. Etienne, por forma a actuar com regularidade para poder participar no Mundial 2006. E assim foi. Em 2006-2007, após a ruptura de Co Adriaanse com o FC Porto, regressou, para jogar no plantel às ordens de Jesualdo Ferreira. Depois de uma primeira metade da época de qualidade, e produtiva em termos de golos (10), eclipsou-se estranhamente na segunda metade, sendo o seu lugar ocupado pelo brasileiro Adriano. Este ano também quase não foi opção, sendo emprestado ao Panathinaikos de José Peseiro, a partir de Janeiro, com o mesmo objectivo do seu primeiro empréstimo em França.
Contudo, em jeito de balanço da sua estadia no FC Porto (a segunda, 2004-2008), julgo que foi quase sempre mal aproveitado, pelos sucessivos treinadores que foram chegando ao clube, não tendo as oportunidades devidas em algumas temporadas. Porém tal situação pode-se ter devido a factores extra-desportivos. A primeira metade 2006-2007 foi rara excepção. É um avançado, que não faz da marcação de golos o seu forte (embora em certas épocas marque até um número considerável), mas que é útil a qualquer equipa, pois apresenta mobilidade, não se prendendo aos centrais, alguma capacidade técnica (é um jogador que segura bem a bola, e joga bem de costas para a baliza) e inteligência táctica. No capítulo da concretização, em épocas em que a confiança está em alta, é também bom. O seu maior adversário parece ser mesmo a instabilidade psicológica que aparenta possuir.
Em suma, uma boa contratação para o Sporting, que sem ser cara, teria sido impossível de concretizar em épocas anteriores, de rígida contenção orçamental (esta época, parece que o SCP quer abrir um pouco mais os cordões à bolsa). Julgo que se enquadra bem, no sistema habitual do Sporting de Paulo Bento, com dois avançados, dada a sua mobilidade, e é uma opção de peso para a titularidade, acrescentando qualidade à equipa, num dos sectores, mais debilitados ao longo da época transacta. Terá de se bater, com Liedson, Djaló, Tiuí, Derlei e Carlos Saleiro à partida, embora seis pontas de lança (mesmo numa equipa que jogue com 2) , me pareça excessivo, e julgo que 1 ou 2 poderão vir a ser emprestados, ou mesmo vendidos. Tiuí, parece-me à partida, o elo mais fraco. Esperemos pela pré-temporada.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Quem é Alexander Frei?

Na tentativa de impressionar o mundo, a principal anfitriã deste Europeu 2008, a Suiça, vê Alexander Frei como uma das suas principais armas rumo à grande final.
Para quem desconhece Alexander, ou simplesmente não conhece muito acerca deste avançado, fica aqui a sua história...
Frei iniciou a sua carreira no FC Basel, um clube suiço, por volta de 1997, e onde ficou apenas um ano. Nos 5 anos seguintes marcou presença noutros clubes suiços tendo ficado um ano no FC Thun, outro no FC Lucerne e 3 no Servette FC (pelo qual foi campeão em 2001), onde efectuou um registo de 36 golos num total de 64 jogos. Seguiu-se o clube onde foi mais famoso, o Stade Rennes da Ligue 1, em França, e onde, em 2004/2005 atingiu o estatuto de melhor marcador da liga francesa com 20 tentos apontados. Actualmente joga no Dortmund da Alemanha, um clube com muita história, e é conhecido por ter um apurado faro de golo. O seu espírito lutador torna-o num avançado bastante temível para qualquer guarda-redes, em especial se tivermos em conta a sua habilidade no 1-contra-1.
Alexander Frei é certamente um jogador a tomar em conta para qualquer selecção que enfrente a Suiça.
Como não poderia deixar de ser, no JogoporJogo gostamos provar o que dizemos com vídeos esclarecedores. Façam o favor...






Curiosidade: Durante o Euro 2004, durante um jogo contra a Inglaterra, Alexander foi filmado naquilo que parecia uma "cuspidela" a Steven Gerrard, sendo que mais tarde foi penalizado com uma suspensão de 15 dias. Contudo, acabou por ser ilibado e ficou provado que nada se passou.

Quem é Zlatan Ibrahimovic?

Alto, possante, habilidoso e sueco. É assim que melhor descrevemos Zlatan Ibrahimovic, jogador do Inter de Milão e um dos grandes talentos do futebol moderno. Nascido a 3 de Outubro de 1982, sempre teve altos e baixos no seu rendimento, já que esteve muitas vezes limitado às adaptações a diferentes categorias futebolísticas. O seu primeiro grande clube foi o Ajax, onde, aos 18 anos, já prometia ser uma promessa mundial graças a exibições muito positivas e um importante golo de ouro na taça dos Países Baixos. Entretanto foram surgindo mais clubes interessados como por exemplo a AS Roma, porém o Ajax não estava muito ansioso para ver este jovem abandonar tão cedo o clube.
Surgiu, entretanto, o Euro 2004, que foi, definitivamente, onde Zlatan se demonstrou mais e onde provou a muitos clubes o seu indiscutível valor. No final da época desse mesmo ano, Zlatan recebeu um "convite" de 19 milhões de euros para ingressar na "Vecchia Signora" de Itália, a Juventus, onde viria a provar que valia tanto ou mais do que a quantia pela qual foi comprado.
Como não era, claramente, um jogador veterano da Juventus, optou por sair, aquando da condenação desta à Série B da Liga Italiana, sendo que se transferiu para o Inter de Milão onde está a jogar actualmente, e bem.
Contudo, neste post optámos por deixar um vídeo mostrar-vos as capacidades gargantuanas de Zlatan Ibrahimovic...




Curiosidade: O faro de jovens-estrela que Arsène Wenger possui não deixou passar Zlatan como despercebido, e, aos 19 anos, ainda no Malmö da Suécia, recebeu um convite para se juntar aos "gunners". Porém, o Malmö não quis perder a sua maior estrela, sendo que por isso recusou a contratação.

A rescisão de Assunção...

O trinco do FC Porto, Paulo Assunção, anunciou recentemente a sua rescisão da equipa «azul e branca» por intermédio da Lei Webster, sendo que é a primeira vez que um jogador, em Portugal, evoca esta lei para se desprender do clube a que pertence. Muito sucintamente, esta lei permite aos jogadores que estejam a jogar por um clube estrangeiro, e cujo clube já representaram por 3 anos sobre o contrato, que possam abandonar o clube na condição de pagarem uma "ligeira" indemnização ao clube onde estiveram ( trata-se do valor total dos vencimentos que iriam receber até ao final do contrato ).
Quanto a Paulo Assunção, o seu destino é incerto, e desconhecidos são os seus motivos para o afastamento dum clube onde praticou muito bom futebol, em especial nesta última época 07/08. Porém, acreditamos que virá tudo a ser esclarecido, mas sabemos que, apesar de ter estado ao seu mais alto nível, não foi muito feliz.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Estudo - Euro 2008


Com o Euro 2008 a aproximar-se, muitas vezes terá surgido a questão entre os adeptos: Qual será o Grupo mais forte? Na prática, só saberemos depois de ver e analisar os jogos e os resultados, mas num plano teórico, o Jogo por Jogo, vai tentar prever. O estudo consiste na soma das posições das equipas de cada grupo no Ranking FIFA, e posterior divisão por quatro. Iremos obter a média de posições no Ranking de cada grupo, o que nos indicará na teoria, qual o grupo que possui, à partida, maior nível qualitativo.




Países / Classificação no Ranking FIFA

Grupo A

Portugal - 9º
Turquia - 25º
República Checa - 6º
Suiça - 48º

Grupo B

Alemanha - 5º
Polónia - 27º
Croácia - 13º
Áustria - 101º

Grupo C


Itália - 3º
Holanda - 10º
França - 7º
Roménia - 12º

Grupo D

Espanha - 4º
Rússia - 25º
Grécia - 8º
Suécia - 23º

Médias:

Grupo A - 22,0
Grupo B - 36,5
Grupo C - 8,0
Grupo D - 15,0

Análise:

Como seria de esperar, foi o Grupo C (vulgarmente considerado como o "Grupo da Morte"), que apresentou a média de posições mais elevada. Mas neste caso nem seria necessário proceder a qualquer estudo, de tão evidente que é esta conclusão, dada a conhecida qualidade das equipas presentes.
Segue-se o Grupo D e A, por esta ordem, o que é perfeitamente natural.
O grupo, em que aparentemente a qualidade não abunda tanto em média, será o B, para o qual muito contribui a péssima posição da Áustria no Ranking FIFA (101º). Aliás, com todas as restantes selecções no top-50 mundial, a classificação austríaca (nem nos 100 primeiros), a juntar com o que se conhece desta selecção, em termos de jogadores e resultados recentes, só pode indicar que muito pouco se poderá esperar deste co-organizador do Europeu. Os candidatos ao triunfo, parecem ser mesmo 15...+ a Áustria. Mas a ver vamos.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Convocatória de Luiz Felipe Scolari


Como não podia deixar de ser, mais uma vez a convocatória nacional, para uma grande prova internacional, gerou alguma polémica. E tal facto é incontornável, pois cada adepto, entendido ou não, tem sempre a sua própria opinião, que, por vezes, colide com a do seleccionador. Porém concorde-se ou não, não pode nunca ser esquecido que é este que conhece verdadeiramente os jogadores extra-relvado. O Jogo por Jogo não vai deixar passar em branco esta situação. Contudo, este artigo vai incidir sobre factores objectivos, sobre os pontos fortes e fracos de cada jogador e o que ele pode, ou não oferecer, e não em apreciações de carácter subjectivo. Iremos também falar de potenciais convocáveis, que não irão ao Euro 2008, e o que cada um poderia acrescentar à selecção.
Aqui vai!

Guarda-Redes:

Ricardo-
+ Experiência em provas internacionais
+ Forte na defesa de grandes penalidades
+ Agilidade dentro dos postes
- Época não muito conseguida no Bétis
- Debilidades graves na saída dos postes, como por exemplo nos cruzamentos

Quim-
+ Época regular no Benfica
+ Segurança que empresta à equipa, sem ser espectacular
- Fragilidade na abordagem a lances de bola parada
- Inexperiência em provas internacionais de selecções

Rui Patrício -
+ Agilidade e reflexos
+ Oportunidade de aprender no Euro, para no futuro ser verdadeiramente útil à selecção
- Elevado grau de inexperiência e imaturidade como ficou patente nos jogos pelo Sporting
- Não é ainda neste momento, um bom guarda-redes, pelo que não oferecerá qualquer concorrência a Quim e a Ricardo

Defesas:

Paulo Ferreira-
+ Polivalência, joga em qualquer posição da defesa, cumprindo sempre
+ Experiência ao mais alto nível
+ Segurança a defender
- Época em que nem sempre foi opção no Chelsea
- Pouca propensão atacante

Bosingwa-
+ Capacidade física impressionante, é resistente e veloz, sobre e desce na ala com uma disponibilidade enorme, não perdendo quase nunca a posição
+ Propensão atacante elevadíssima
- Por vezes sobe de mais no terreno

Ricardo Carvalho-
+ Experiência internacional
+ Poder de antecipação, marcação e jogo aéreo notáveis
+ Velocidade, é rápido a recuperar
+ Integra-se bem no processo ofensivo da equipa, saindo bem a jogar e a dar apoios
- Estatura física fraca para um central, o que lhe retira poder de choque

Pepe-
+ Capacidade física impressionante, têm poder de choque e velocidade elevada
+ Apoia o ataque bem, recuperando rapidamente posição, fruto da sua rapidez
+ Técnica muito razoavél para um central
- Pouca estabilização mental, levando-o, por vezes, a fazer acções desnecessárias

Bruno Alves-
+ Poder atlético, pois é alto e denso fisicamente
+ Jogo aéreo fortíssimo
- Excessiva virilidade, que o leva a cometer faltas inúteis e prejudiciais à equipa
- Apesar da evolução que têm registado, é limitado tecnicamente

Fernando Meira-
+ Bom na marcação e jogo aéreo
+ Capacidade de jogar como trinco, em situação de recurso diga-se
+ Está rotinado, a jogar com Ricardo Carvalho
- É lento e "duro de rins"
- Pela razão acima referida, raramente apoia a equipa no processo ofensivo

Miguel-
+ Velocidade e propensão ofensiva
+ Bom a nível do cruzamento
- Não é tão forte a defender como a atacar
- Estado físico duvidoso nesta altura

Jorge Ribeiro-
+ Polivalência, em caso de necessidade
+ Remate forte e colocado, o que valeu muitos golos no Boavista
+ É esquerdino, e como a selecção possui poucos, é sempre uma característica a ter em conta
- Pouca rotina a jogar a lateral esquerdo, pois foi quase sempre médio no Boavista
- Apesar de não ser mau em nenhuma, não é um jogador de referência, quer a lateral esquerdo, quer a médio centro

Médios
:

Petit-
+ Profissionalismo, nunca virando a cara a luta
+ Força a nível da recuperação de bola
+ Intensidade na disputa dos lances
- Falta de inteligência táctica
- Estado físico duvidoso, devido às muitas lesões que teve ao longo da época

Miguel Veloso-
+ Polivalência, apesar de ser no meio-campo, que mais rende
+ Bom na marcação de bolas paradas
+ Bom sentido posicional
+ Qualidade no passe, quer no critério, quer na execução
- É um pouco lento
- Por vezes não está nas melhores condições físicas
- Não apresenta grande intensidade

João Moutinho-
+ Profissionalismo, intensidade e capacidade de luta
+ Cultura táctica, o que lhe permite actuar em várias posições do meio-campo com qualidade
+ Bom a nível do passe, tomando quase sempre a opção correcta
+ Capacidade física impressionante, jogando milhares de minutos, sempre com regularidade
- Baixa estatura e densidade física

Raúl Meireles-
+ Capacidade física extraordinária, correndo quilómetros com uma regularidade atroz
+ É forte tacticamente, não dá nas vistas, mas é um jogador de equipa excelente
+ Joga simples, nunca complicando as jogadas
+ Têm um bom remate de meia distância
- Falta de criatividade
- Pouca "rodagem" na selecção "A"
- Instável em papéis defensivos

Deco-
+ Visão de jogo, colocando a bola em companheiros em óptima posição
+ Capacidade técnica e criatividade impressionante
+ Apesar de ter funções, normalmente mais ofensivas, é bastante forte na hora de defender
+ Experiência internacional
- Problemas familiares e físicos, que o importunaram ao longo da época, podem influenciar negativamente, a sua prestação durante o Euro

Extremos / Avançados
:

Cristiano Ronaldo-
+ Poder físico impressionante
+ Velocidade estonteante
+ Diagonais implacáveis
+ Mais valia técnica e criativa
+ Forte no 1x1
+ Capacidade goleadora
+ Experiência internacional elevada apesar da idade
+ Condições psicológicas vantajosas na "ressaca" da época brilhante que teve em Manchester
- Desgaste físico exagerado, provocado pela longa e intensa época que efectuou
- Enquadramento num sistema táctico, que não potencia tanto as suas capacidades, como o do Manchester

Nani-
+ Força e capacidade de aceleração
+ Qualidade técnica e criatividade
+ Forte no 1x1
+ Qualidade nos cruzamentos para a área
- Individualismo
- Imaturidade e experiência ainda reduzida, na alta roda internacional

Simão-
+ Polivalência, pois pode fazer quase todas as posições mais ofensivas
+ Realizou uma boa época no Atlético de Madrid
+ Velocidade
+ Qualidade nas bolas paradas, quer livres, quer penalties
- Apresenta normalmente, um rendimento pouco mais que mediano na selecção nacional
- Fragilidade física

Ricardo Quaresma-
+ Técnica e criatividade elevadas
+ Bom remate, que lhe vale sempre um número assinalável de golos por época, marcando muitos de "trivela", um movimento que já é típico seu
+ Fortíssimo no 1x1
+ Cruza bem
- É exageradamente individualista, fazendo a equipa perder muitas bolas
- Não se preocupa, normalmente, com tarefas defensivas
- É a antítese de um jogador de equipa, não gosta de ser substituído, por exemplo, e reage bastante mal a isso

Pontas-de-Lança:

Nuno Gomes-
+ Mobilidade, não se prendendo aos centrais, recuando dando apoios e caindo na ala, permitindo a diagonal de outro jogador
+ É culto tacticamente, inteligente a jogar
- Realizou uma época apagada no Benfica, com inúmeras lesões
- Não é muito forte a rematar à baliza, falhando, por vezes, golos fáceis

Hugo Almeida-
+ Estatura e densidade física elevadas
+ Capacidade goleadora, que sem ser extraordinária, é excelente para o normal de um avançado português
+ Experiência adquirida na Alemanha
- Ainda não realizou muitos jogos pela selecção
- Fraca mobilidade, constrastando com os outros pontas-de-lança da selecção

Hélder Postiga-
+ Mobilidade
+ Boa técnica, segura bem a bola
+ É um jogador de equipa, combina bem com os colegas
- Instável psicologicamente, está sempre a mudar de clube, e nunca se afirma verdadeiramente em nenhum
- A sua capacidade goleadora tanto vai como vêm, tem largos períodos em que se apresenta muito perdulário neste capítulo, falhando golos incríveis

Quem ficou de fora?

Maniche-

Apesar de não ter realizado épocas estáveis ultimamente, fez duas fases finais de competições de selecções, impressionantes. Está rotinado no meio-campo da selecção, e acrescentaria mais dinâmica a esse sector, pois é um médio, que tão rapidamente está a defender, como no momento a seguir aparece na área a criar desequilíbrios, e por vezes mesmo a finalizar. É um médio "box-to-box" completo, quando está no pico da sua forma física e mental.

Caneira-

Não deslumbra em nenhuma posição, mas é tacticamente culto e fiável, realizando qualquer das posições da defesa em bom plano, oferecendo segurança defensiva acima de tudo. Se tivesse sido convocado, poderia fazer o lugar de dois defesas, dada a sua versatilidade, reduzindo-se o número de efectivos nesse sector, acrescentando-se um elemento extra no meio-campo ou ataque na convocatória.

Tiago-

Fez uma época para esquecer, fruto também do esquema táctico utilizado por Claudio Ranieri. No sistema da selecção enquadrar-se-ia perfeitamente. Oferecia qualidade de passe e circulação de bola acima de tudo, apesar de não ser rápido, nem dinâmico nos seus movimentos.

Manuel Fernandes-

Têm como contra, não ser nada fiável em termos dos seus comportamentos, como se têm verificado época após época. Também ainda não é muito experiente. Porém, é bom tecnicamente e têm capacidade física, pelo que é sempre uma opção a ter em conta.

Paulo Assunção-

Naturalizou-se português, e poderia ter sido convocado por Scolari. Uma excessiva "abrasileiração" da selecção pode ser prejudicial, mas em termos futebolísticos seria uma mais valia. Não é nada criativo, nem faz passes longos, mas é tacticamente exemplar e tem bom posicionamento, parecendo adivinhar onde a bola vai cair. No processo ofensivo, não deslumbra, mas joga sempre muito simples e curto, nunca comprometendo este. Apesar de tal hipótese não ser indiscutível, tinha capacidade para ser o médio-defensivo titular.

Eduardo-

Apareceu finalmente na primeira divisão, e na época que passou em Setúbal as coisas correram-lhe bem. Sem ser um guarda-redes extraodinário, demonstrou ser quase sempre seguro e fiável, pelo que apesar das escassas probabilidades de vir a jogar, a presença entre os três eleitos para a baliza, não lhe ficaria mal. Seria como um prémio pela boa época realizada.






quarta-feira, 21 de maio de 2008

Finais da semana - Mini-Resumos


Zenit S. Petersburgo (Rússia) 2-0 Rangers (Escócia) - Final da Taça UEFA

No City of Manchester, os russos demonstraram o porquê, de terem chegado à final, mostrando-se uma equipa muito interessante, que faz das transições ofensivas, rápidas, a sua maior arma, e que possui alguns jogadores de boa qualidade (alguns veremos no Euro 2008), com destaque para Arshavin. Contudo, o jogo este longe de ser fácil de resolver, pois os escoceses, mais uma vez, apresentaram-se, em campo, com um único objectivo: defender. No ataque, não demonstraram quaisquer argumentos, principalmente quando se encontraram a perder, pelo que a vitória é justíssima. Assim não se repete, para a Taça UEFA deste ano, um vencedor tipo Grécia Euro 2004. O futebol agradece.

Portsmouth 1-0 Cardiff City - Final da FA Cup


Em Wembley, ganhou a equipa, muito melhor apetrechada em termos de jogadores. Pedro Mendes, Kanu, Kranjcar ou Diarra são apenas alguns exemplos, de jogadores de qualidade. Do lado do Cardiff, como era de esperar, a qualidade não abundava, em termos individuais, nem colectivos, usando e abusando estes (faziam sempre o mesmo), de um futebol excessivamente directo, que contudo por uma ou outra vez, causou alguma mossa na defesa do Portsmouth. O jogador de mais renome dos galeses, era Jimmy Floyd Hasselbaink, e o Portsmouth, acabou o jogo de forma calculista, a resguardar a preciosa vantagem de um golo, que vale um troféu e o acesso à Taça UEFA, da próxima época.

Sporting CP 2-0 FC Porto - Final da Taça de Portugal

Arbitragens à parte (péssima com erros atrás de erros), no Estádio Nacional, venceu a equipa que pareceu mais interessada, em vencer o troféu, para salvar um pouco a temporada, dando-lhe ares (juntando ao 2º lugar no Campeonato) muito razoáveis. Paulo Bento, obteve mais uma vitória tanto táctica, como no resultado, contra Jesualdo Ferreira, e Tiuí, foi o inesperado "coelho tirado da cartola", que resolveu a partida no prolongamento, quando ambas as equipas já estavam bastante esgotadas. Apesar, de alguma sorte no primeiro golo, o brasileiro demonstrou que não é assim tão mau como se diz. Tal como Derlei, que fez um jogo de muita qualidade, quer a atacar, quer a defender, mostrando ser útil, tendo já renovado por mais uma época. No FC Porto, destaca-se a falta que fez Bosingwa, pois João Paulo (acabou por ser expulso), a defesa-esquerdo, não é lá grande opção, pois este, não dá qualquer profundidade ofensiva, na sua ala, sendo mais um terceiro central, do que um verdadeiro lateral. No FC Porto, Raúl Meireles e Nuno (evitou uma série de golos no início do jogo), foram os destaques. Num jogo confuso e marcadamente de final de época, no Estádio Nacional, venceu, quem melhor preparou/abordou, esta final, em termos tácticos.

sábado, 17 de maio de 2008

Entra e sai


Rochemback no Sporting

O médio ex-Sporting, que saiu no início de 2005/2006, rumo ao "Boro", está de regresso a Alvalade, três anos depois, a custo zero, o que só pode ser visto com bons olhos.
A custo zero, um jogador, de ainda 26 anos, que se lhe reconhece imensas potencialidades, e que não terá grandes problemas de adaptação, pois está a retornar a uma casa que bem conhece, só pode ser vista, como uma excelente contratação. Uma boa oportunidade de mercado que o Sporting aproveitou. É que o brasileiro, joga em qualquer posição, do losango de meio-campo, idealizado por Paulo Bento, é bom tecnicamente, passa bem, e tem um remate bastante forte e colocado, o que o torna temível, tanto na meia distância como nas bolas paradas. Como contras, terá tanto a sua falta de velocidade (o que também não é imprescindível, num jogador da sua posição diga-se), e principalmente a sua susceptibilidade a lesões, facto que tem ocorrido época após época. Em suma, tem tudo para ser bem sucedido, e vir reforçar o leque de opções em Alvalade. Contudo, a grande questão, prende-se com o facto, de porventura ter vindo, para suprimir uma eventual saída de Miguel Veloso ou João Moutinho, jogadores com características bem diferentes das suas. O ideal, para haver um real acréscimo de qualidade, seria que nenhum titular de meio-campo saísse. Esperemos pelas próximas semanas.


Bosingwa no Chelsea

20,5 milhões de euros, foi a módica quantia que o Chelsea, pagou pela contratação do lateral-direito, luso-congolês. Visto que é um defesa, e vendas como as de Pepe ou Ricardo Carvalho (30 milhões), não ocorrem todos os dias, o preço da transferência, sem ser excelente, é bom, e vem ajudar a equilibrar as contas do FC Porto.
A nível desportivo, estarão os principais problemas, pois Bosingwa era já considerado, um dos melhores laterais direitos da europa, e encontrar substituto é uma tarefa ingrata, quase impossível, pelo que o seu "substituto", será sempre um atleta alguns degraus abaixo, o que irá enfraquecer a asa direita dos «dragões» 08/09. É que Fucile, para além, de não possuir a mesma qualidade de Bosingwa, pois é mais lento, por exemplo, faz falta no lado esquerdo, pelo que se espera a contratação de outro atleta para colmatar a vaga em aberto. Porêm, julga-se que tal aquisição, só trará frutos a médio prazo.
Vendo a contratação, pelo prisma do Chelsea, tal será boa, e avizinha-se uma disputa lusitana, com Paulo Ferreira, pelo lado direito da defesa londrina. Contudo, são jogadores de características, em certos capítulos, quase antagónicas, pelo que a atribuição da titularidade, será escolhida, conforme as prefêrencias de jogo do sucessor, de Avram Grant.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Campeonatos Europeus - Classificações Finais


Campeonatos:

Classificação / Pontos

Liga Vitalis (Portugal, 2ª)

1. Trofense - 52
2. Rio Ave - 51
3. Vizela - 50
4. Gil Vicente - 50
5. Olhanense - 45
6. Beira-Mar - 42
7. Estoril - 41
8. Desp. Aves - 39
9. Varzim - 38
10. Santa Clara - 37
11. Portimonense - 37
12. Gondomar - 35
13. Freamunde - 35
14. Feirense - 33
15. Penafiel - 29
16. Fátima - 25

Legenda Liga Vitalis:

Azul- Promoção à Bwin Liga
Vermelho- Despromoção à II Divisão

Premier League (Inglaterra)

1. Manchester United - 87
2. Chelsea - 85

3. Arsenal - 83

4. Liverpool - 76

5. Everton - 65
6. Aston Villa - 60
7. Blackburn - 58
8. Portsmouth - 57
9. Manchester City - 55
10. West Ham - 49
11. Tottenham - 46
12. Newcastle - 43
13. Middlesbrough - 42
14. Wigan Athletic - 40
15. Sunderland - 39
16. Bolton - 37
17. Fulham - 36
18. Reading - 36
19. Birmingham - 35

20. Derby County - 11


La Liga (Espanha)

1. Real Madrid - 85
2. Villarreal - 77

3. Barcelona - 67

4. Atlético Madrid - 64

5. Sevilla - 64
6. Racing - 60
7. Mallorca - 59
8. Almería - 52
9. Deportivo - 52
10. Valencia - 51
11. Athletic - 50
12. Espanyol - 48
13. Real Betis - 47
14. Getafe - 47
15. Valladolid - 45
16. Recreativo - 44
17. Osasuna - 43
18. Zaragoza - 42
19. Real Murcia - 30

20. Levante - 26


Serie A (Itália)

1. Internazionale - 85
2. AS Roma - 82

3. Juventus - 72

4. Fiorentina - 66

5. AC Milan - 64
6. Sampdoria - 60
7. Udinese - 57
8. Napoli - 50
9. Atalanta - 48
10. Genoa - 48
11. Palermo - 47
12. Lazio - 46
13. Siena - 44
14. Cagliari - 42
15. Torino - 40
16. Reggina - 40
17. Catania - 37
18. Empoli - 36
19. Parma - 34

20. Livorno - 30


Ligue 1 (França)

1. Lyon - 79

2. Bordeaux - 75
3. Marseille - 62

4. Nancy - 60
5. St. Etienne - 58

6. Rennes - 58
7. Lille - 57
8. Nice - 55
9. Le Mans - 53
10. Lorient - 52
11. Caen - 51
12. Monaco - 47
13. Valenciennes - 45
14. Sochaux - 44
15. Auxerre - 44
16. Paris SG - 43
17. Toulouse - 42
18. Lens - 40
19. Strasbourg - 35

20. Metz - 24


1. Bundesliga (Alemanha)

1. Bayern - 76
2. Werder Bremen - 66

3. Schalke 04 - 64

4. Wolfsburg - 54
5. Hamburg - 54

6. Stuttgart - 52
7. Bayer Leverkusen - 51
8. Hannover 96 - 49
9. Eintracht - 46
10. Hertha - 44
11. Karlsruhe - 43
12. Bochum - 41
13. Dortmund - 40
14. Energie Cottbus - 36
15. Arminia - 34
16. FC Nurnberg - 31
17. Hansa Rostock - 30

18. Duisburg - 29

Liga 1 (Roménia)

1. CFR Cluj - 76
2. Steaua - 75

3. Rapid Bucuresti - 61
4. Dinamo Bucuresti - 61

5. Unirea - 61

6. Polo Timisoara - 57
7. Otelul - 47
8. Vaslui - 45
9. Universitatea - 43
10. Gloria - 42
11. Poli Iasi - 41
12. Pandurii - 40
13. Farul - 40
14. Gloria Buzau - 40
15. Ceahlaul - 36
16. Dacia Mioveni - 28
17. UTA Arad - 26

18. Univ. Cluj - 23


Legenda Ligas Europeias:

Azul- Liga dos Campeões
Verde - Taça UEFA
Vermelho
- Despromoção à Segunda Liga Nacional





terça-feira, 13 de maio de 2008

Balanço Bwin Liga 2007/2008 (Análise Detalhada)

FC Porto (T: Jesualdo Ferreira)

Não teve qualquer concorrência interna nesta época, depois de uma época em que se sagrou campeão somente na última jornada. Com um onze base (4x3x3), rotinado, praticamente igual ao da época transacta, e com mais algumas opções de valor, como Farías, Kazmierczak ou Mariano, o FC Porto passeou, literalmente, neste campeonato. Jesualdo Ferreira, sem ser sagaz tacticamente, pois os «dragões» continuam a só saber jogar em 4x3x3, teve o mérito de manter sempre a equipa unida e motivada, e lidou sempre correctamente com a comunicação social, mostrando-se forte neste aspecto. A equipa foi sempre um colectivo coeso e sólido defensivamente. Lucho, cresceu ainda mais, enquanto que Lisandro, transformado em ponta-de-lança, demonstrou pela primeira vez a plenitude das suas capacidades. Melhor ataque e melhor defesa do campeonato, que fica manchado somente pela perda de seis pontos, devido ao processo «Apito Final» (75-6=69) Bosingwa, já terá sido transferido para o Chelsea, por avultada quantia (20,5 milhões de euros), e espera-se mais uma ou duas transferências de jogadores-chave, para rechear os cofres do FC Porto, tal como após outras épocas de sucesso.

Sporting
(T: Paulo Bento)

Época irregular, e com um registo fraquíssimo extra-muros (4 vitórias em 15 jogos e goal average -6, é péssimo para quem se diz candidato ao título), que contudo não pode ser classificada como má, em termos classificativos, pois pela terceira vez consecutiva, os «leões» garantem o 2º lugar, e consequente apuramento directo para a Liga dos Campeões, o que é fundamental em termos desportivos, e principalmente financeiros, num clube com elevado passivo. Com um plantel, não muito diferente da época (saiu Nani, Custódio, Ricardo, e pouco mais) anterior, em parte da época algumas unidades fundamentais do ano anterior, apresentaram claro sub-rendimento (Miguel Veloso ou Romagnoli por exemplo). As arriscadas apostas de Leste, tiveram sortes diferentes (Vukcevic e Izmailov vs. Had e Purovic), mas mesmo os que se afirmaram, necessitaram de algum tempo de adaptação, o que dificultou o entrosamento da equipa. No habitual 4x4x2 losango, o Sporting, entrou inúmeras vezes, mal nas partidas, nomeadamente nos primeiros 45 minutos. Paulo Bento, parece também, não ter conseguido introduzir na equipa, os níveis motivacionais e de confiança de épocas anteriores. Falando por sectores, o elo mais fraco da equipa, foi sempre o guarda-redes Rui Patrício, quase sempre muito inseguro, não demonstrou sequer entrosamento com a defesa, o que valeu alguns golos sofridos. Este guarda-redes tem bons reflexos, quem sabe terá bom futuro, mas para já está longe de ser um bom "guardião", e a opção Stojkovic ou mesmo Tiago, teria sido muito mais fiável.

V.Guimarães
(T: Manuel Cajuda)

Brilhante. Não se pode descrever de outra maneira o trajecto de uma equipa recém promovida, e que culmina na qualificação para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, pela primeira vez na história do clube. Lutou "taco a taco", com os «grandes» com orçamentos, esmagadoramente superiores, e teve no apoio da sua massa associativa (que embora não seja ela que jogue), um pilar importante. Em 4x3x3 ou 4x2x3x1, Manuel Cajuda, foi realista, aproveitando da melhor forma a capacidade dos seus jogadores, alguns muito bons (Geromel, Desmarets, João Alves, ...), mas consciente das respectivas limitações. A equipa sem encantar, jogou sempre um futebol com princípios de jogo, com cada jogador a saber muito bem o que fazer em campo. O ponto de viragem do campeonato, terá sido a vitória sobre o Sporting em Guimarães, pois a partir daí, a hipótese Champions, começou a parecer real e Cajuda soube sempre manter os níveis de concentração elevados, não deixando que a boa posição classificativa motivasse algum tipo de euforia antecipada no plantel. Resumindo e sem querer tirar mérito, a época foi muito boa, mas noutro ano daria porventura, somente para a UEFA (o que já seria óptimo), mas a desorientação dos clubes de Lisboa, permitiu este feito merecido.

Benfica
(T: Fernando Santos/ José António Camacho/ Fernando Chalana)

Desastre. É a melhor palavra para definir, o campeonato do Benfica. Numa época em que Luís Filipe Vieira, assumiu as rédeas do futebol encarnado, os resultados não podiam ter sido piores. Foi tudo mau, desde a pré-época "para o lixo" de Fernando Santos, à perda de jogadores fulcrais, passando pelo histerismo do presidente em relação ao processo «Apito Dourado», que motivou instabilidade na equipa. O timing escolhido para a nomeação de Rui Costa, para director da S.A.D. na próxima época, foi horrível, pois este ainda era jogador do plantel. Os jogadores que chegaram, não constituíram um plantel, na verdadeira acepção da palavra, mas sim um amontoado de jogadores, uns maus (Binya, Zoro, Luís Filipe, Edcarlos, Makukula ...), uns de qualidade, mas extremamente imaturos ainda (Di María, Adu, Coentrão), e muito poucos de real valia (Rodríguez, Cardozo...). Em termos tácticos, de mudança em mudança, de treinador, não foi possível consolidar uma, bem como uma dinâmica ou princípios de jogo. Do 4x4x2 losango de Santos, passando pelos 4x4x2 clássico e 4x2x3x1 de Camacho, culminando na tentativa de 4x4x2 losango do pobre e desorientado Chalana, o Benfica em campo, foi somente a soma das individualidades, e pouco mais que isso. Aliás, o espanhol, que já se sabia que não é nenhum mestre da táctica, apresentou-se fraco no que era forte (disciplina), apresentando-se extremante apático e conformado, abandonando o barco numa altura errada. Resumido, a falha da qualificação para a Liga dos Campeões (nem a pré-eliminatória...), foi caótica, tanto o 4º lugar, como os pontos perdidos em casa, não são admissíveis, num ano em que se gastou cerca de 31 milhões em contratações! Há muito mais para dizer, mas como já tal foi escrito num post deste Blog, e tendo em conta, que este resumo deve ser breve ficamos por aqui.

Marítimo
(T: Sebastião Lazaroni)

Numa equipa, com orçamento para o futebol a roçar nos 8 milhões de euros (4º melhor do campeonato), devido entre outros, aos fundos provenientes do governo regional, a qualificação para a Taça UEFA, é quase uma obrigação, mas tal não acontecia há vários anos. Sebastião Lazaroni, soube aproveitar bem, um grupo constituído, fundamentalmente por seus compatriotas, ao qual se juntaram contratações de jogadores portugueses bem sucedidas (regresso de Bruno, Fábio Felício, Ricardo Esteves ou Makukula na primeira metade da época), e que vieram equilibrar um plantel demasiado estrangeirado noutros anos. Os insulares, alcançaram também a melhor posição de sempre num campeonato nacional (5º), pelo que esta época, deve ser recordada e vista como um modelo a seguir, em temporadas seguintes.

V.Setúbal
(T: Carlos Carvalhal)

O V.Setúbal quebrou nos últimos jogos da época, e consegue o apuramento para a Taça UEFA, devido à vaga aberta, no 6º lugar, via Taça de Portugal, contudo não há que retirar nenhum mérito, pois foi um 2007/2008 sensacional. Numa equipa com orçamento baixíssimo, Carlos Carvalhal, demonstrou o porquê de ser (para os editores do Jogo por Jogo é), um dos melhores treinadores portugueses. Assumiu uma função estilo manager, tratando ele próprio das contratações da equipa, numa política de rigor orçamental, recrutando jogadores, alguns desacreditados por fracas épocas realizadas, e transformando-os em alguns dos jogadores mais cobiçados a nível nacional neste momento (Eduardo, Pitbull, ..). Montou uma equipa num sistema, de 4x3x3, com um meio-campo sólido, que foi o pilar de toda uma equipa (Elias, Sandro, Ricardo Chaves), e transformou o Vitória, quase despromovido da época passada, numas das melhores equipas a nível táctico do futebol português, que apesar de ter um plantel curto e com valia teórica para lutar pela manutenção, demonstrou que o todo é muito mais que a soma das partes. Merece a UEFA. Carvalhal, para o ano rumará à Grécia (onde irá auferir um salário superior), em virtude do bom trabalho realizado, o que, aliado à participação europeia desgastante, faz com que se espere, tempos mais difíceis, em Setúbal, na época vindoura.

Sp.Braga
(T: Jorge Costa / António Caldas / Manuel Machado / António Caldas)

A par, do Benfica, a maior desilusão do campeonato. Após três quartos lugares consecutivos, o presidente António Salvador, construiu um plantel forte (contratou-se Linz, João Pereira ou Jorginho entre outros) para repetir essa classificação, nunca perdendo de vista a hipótese de lutar com os grandes, pelos três primeiros lugares. E devido à irregularidade, que Benfica e Sporting apresentaram, este ano seria o ideal, para tal proeza. Contudo, viu os seus rivais regionais (V.Guimarães), a intrometerem-se nessa luta, e acabou o campeonato, na sétima posição, o que era de todo inesperado no princípio da época. Por entre as saídas, de Jorge Costa e Manuel Machado, andou António Caldas, mas com qualquer um dos três treinadores, o balneário criado, foi quase sempre difícil de gerir, reflectindo-se na irregularidade, de um clube, que também diga-se foi perseguido por lesões (contudo tal pode dever-se a uma pré-época mal planeada). Problemas disciplinares com João Pinto ou César Peixoto, na era Manuel Machado, marcaram a época, e levaram à saída, juntamente com os maus resultados, do "professor". Para a próxima época, estará certo Jorge Jesus no comando técnico, numa época que se espera, que volte a retomar o rumo, dos anos anteriores a este.

Belenenses
(T: Jorge Jesus)

Triste desfecho, para o Belenenses, que por razões burocráticas (Caso Meyong), perde a possibilidade, de nova participação europeia. E os do Restelo, foram das melhores equipas nacionais esta época. Depois de um início de época, irregular, devido porventura ao esforço de uma participação europeia (ainda por cima com o gigante Bayern), a "máquina azul" engrenou, com Jorge Jesus ao leme, que mais uma vez se revelou brilhante, quer no planeamento, quer na leitura táctica dos jogos (jogos com Sporting e Benfica em casa, e FC Porto fora, são apenas alguns exemplos). Normalmente, em 4x4x2 losango, o Belenenses, com jogadores de enorme valia, principalmente a nível do meio-campo (José Pedro, Silas, Rúben Amorim...), foi sempre uma equipa organizada e difícil de bater. No ataque, Weldon, fez quase sempre dupla com Roncatto, e foi uma das revelações do campeonato, apontando 13 golos, fazendo esquecer Dady, que ainda por cima era muito menos dotado tecnicamente, acentuando o acerto desta contratação. Para o ano preve-se um certo desmembramento, da equipa, pois as saídas de Jorge Jesus (este principalmente), Rúben Amorim (Benfica), Rolando (FC Porto) e Weldon (Cruzeiro), não serão facilmente colmatadas.·


Boavista (T: Jaime Pacheco)


Sobre o Boavista, podemos dizer que, após a demonstração que Pacheco deu da sua ainda existente firmeza futebolística, o trabalho desta equipa foi razoavelmente positivo. A demonstração mencionada remete à dispensa de cerca de 80% do plantel da equipa axadrezada na pré-época, que é algo a que não estamos de todo habituados a ver hoje em dia, muitos ainda se perguntavam o que estaria Pacheco a fazer...e os resultados iniciais do Boavista de famosos não tinham nada mas a pouco e pouco, Jaime Pacheco controlou uma nova equipa, que com algumas boas contratações à Boavista, conseguiu fazer um trabalho positivo, destacando a sua invencibilidade caseira com os grandes. É óbvio, que nem Jaime Pacheco é evoluído tacticamente, nem Mateus, Diakité, Marcelão ou Zé Kalanga, serão jogadores para voos muito mais altos, mas para uma equipa do meio da tabela, ao estilo aguerrido deste treinador, se enquadram bem e personificam as suas ideias. O problema dos salários em atraso, e risco de falência, assolou também o dia a dia do Boavista, trazendo instabilidade, bem como as eleições a meio da época, contudo nessas alturas, Pacheco, mostrou trabalho, no que é forte, ou seja, mobilização e motivação dos seus atletas, apelando sempre ao espírito de sacríficio e profissionalismo. Claro que o senão do "Apito final" veio deitar as esperanças dos boavisteiros, cano abaixo com a terrível e cruel sentença da despromoção. Porém o Boavista pediu o recurso, por isso a ver vamos...


Nacional
(T: Predrag Jokanovic)

Fellype Gabriel, Juninho, Fábio Coentrão e Juliano Spadacio, são todos jogadores, que sabem tratar muito bem o esférico, do meio-campo para a frente. Contudo, foi precisamente no ataque, que a equipa apresentou as suas maiores pechas, registando o pior ataque do campeonato, no cômputo geral deste. A equipa até nem a trocava mal, a meio-campo, mas na finalização, o Nacional falhava bastante. A defesa foi das menos batidas da prova. O 10º lugar, e a prestação em casa, ficam muito aquém das expectativas iniciais, de uma equipa que tem sempre em vista, a Europa. Mas, a falta de ambição de um treinador, que se revela quando têm aquela atitude ridícula no jogo com o Guimarães, não demonstrando competências para o cargo, não podia dar em muito mais que isto. O 0-3 no Dragão, frente a um FC Porto desconcentrado, já a pensar nos festejos do título, foi uma "gracinha", numa época mediana.

Naval
(T: Francisco Chaló / Fernando Mira / Ulisses Morais)

Época normal, para as aspirações da Naval, que apenas passam pela conquista da manutenção, e o mais cedo possível. Teve dois treinadores, um que mal aqueceu o lugar, não podendo assim dizer muito sobre este, e os três pontos, ganhos na secretaria (Caso Meyong), pouco ou nada, interessaram, servindo apenas para os da Figueira, subirem um par de lugares. Em termos individuais, nomes como João Ribeiro, Marinho ou Marcelinho, passam a partir de agora, a merecer alguma atenção. Quanto, a Ulisses Morais, somente posso dizer, que cumpriu os mínimos.


Académica (T: Manuel Machado / Domingos Paciência)

Mais uma vez a Académica, nada mais consegue, do que apenas a manutenção. E espera-se sempre mais qualquer coisa da «Briosa». Contudo, numa época difícil, em que teve dois treinadores, um deles que fez toda a pré-época, o 12º lugar, com sete pontos de vantagem sobre a "linha de água", acabou por ser um mal menor. O 3-0, no Estádio da Luz, foi o pico máximo da temporada, num jogo, em que a Académica praticamente garantiu a manutenção. Domingos Paciência deverá continuar na próxima época e a equipa têm muitos jovens, que importa seguir com atenção em 2007/2008.

E.Amadora
(T: Daúto Faquirá)

De uma equipa, muito mais preocupada em não perder, do que em ganhar, não se pode esperar muito mais. As zero vitórias fora, traduzem, esta falta de ambição. Porém, numa época, em que existiram sempre forças a remar contra a equipa, como os salários em atraso, o campeonato realizado pelo Estrela, nem pode ser considerado mau de todo. Afinal, garantiu a manutenção, objectivo primordial, e teve em Mateus, o seu jogador mais interessante, efectuando inúmeras assistências para golo. O caso de Tiago Gomes, foi curioso, pois parte a meio da época, para o Málaga, sem capacidade financeira para o adquirir, e regressa ao Estrela, pela mesma porta que saiu, cumprindo a recta final da época.

Leixões
(T: Carlos Brito / António Pinto)


20 anos, depois o Leixões regressou ao escalão maior do futebol português. E para ficar. Contou muito com a ineficácia extrema dos dois atrás (Leiria e Paços), pois uma equipa que vence 4 jogos em 30 no campeonato, não seria muito normal que conseguisse a manutenção. Contudo, numa equipa pouco experiente, os muitos empates ainda foram segurando os matosinhenses. A saída de Carlos Brito, perto do final da época, em nada ajudou a equipa a conseguir a manutenção, que a obteve sobretudo, devido a terceiros, que também falharam.

P.Ferreira
(T: José Mota)

Após um brilhante sexto lugar e consequente participação europeia, a época não podia ter corrido pior ao Paços, mas ainda pode ser salva na secretaria, devido à hipotética descida do Boavista à Liga Vitalis. Os custos de uma participação europeia, para um clube tão pequeno, foram enormes, e a arbitragem revelou-se sempre cruel e danosa, para esta equipa, justificando-se claramente os protestos dos seus dirigentes. Contudo, tais factores não explicam tudo, e o Paços de Ferreira, apesar de mais uma vez, sob o comando de José Mota, ter apresentado um futebol, sempre intenso e com transições rápidas, o que agrada à vista, tacticamente foi sempre débil e pouco inteligente na gestão da bola, o que lhe valeu a perda de inúmeros pontos, para adversários directos muito mais fortes tacticamente, como Estrela ou Académica. Em termos individuais, Wesley, foi sem dúvida o melhor jogador da equipa, não apenas pelos golos. Esperemos pela decisão da C.D. da Liga, relativamente ao Boavista, para ver se estes ainda ficam pela Bwin Liga na próxima temporada.

U.Leiria (T: Paulo Duarte / Vítor Oliveira)

Temporada medíocre. Valerá a pena, não se conseguindo a qualificação europeia, entrar na Europa, via Intertoto? Depois de experiências anteriores de clubes, que apontavam claramente para o não, esta época da União reafirma isso. É que parece, que essa participação, que antecipou toda uma preparação competitiva da equipa na pré-época, e provocou um desgaste grande, pois entre Intertoto e UEFA, jogaram-se seis jogos, parece ter sido o primeiro factor, que levou ao descalabro do Leiria, esta época. Outro, e talvez o mais preocupante, foi as dificuldades de balneário, que levaram a inúmeros problemas disciplinares, ao longo de toda a época, com o presidente a ameaçar não pagar a seis jogadores do plantel, logo no início da época, por alegada falta de empenho, destes atletas. Para Maciel e Alhandra, as noites de Leiria foram uma "loucura", o que valeu a saída do primeiro do plantel, e a fragilização da posição do segundo na equipa. Ou seja, foi uma época sempre atormentada, por um "balneário", complicado de gerir, e que ainda ficou mais, após supostamente, alguns jogadores, não acreditando na manutenção da equipa na Liga, terem começado a assegurar contratos com outros clubes para a próxima temporada. No comando técnico, tanto o jovem Paulo Duarte, como o desactualizado Vítor Oliveira, não tiveram qualquer capacidade, para inverter o rumo dos acontecimentos, há muito traçado, numa equipa montada para conseguir no mínimo a primeira metade da tabela, dado o bom valor das suas individualidades. A goleada (4-1), sobre o Sporting, de nada vale para maquilhar a má época, e a última jornada do campeonato, não foi mais do que um respirar de alívio, para uma União de Leiria, há muito condenada. Além disso, está também envolvida, no processo «Apito Final», podendo ser retirados três dos seus já escassos pontos.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Balanço Bwin Liga 2007/2008 (Classificação Final e Estatísticas)


Classificação Final Bwin Liga 2007/2008:

1. FC Porto - 69 Pontos - Golos: 60-13 Diferença: +47 Vitórias-Empates-Derrotas: 24-3-3

2. Sporting - 55 Pontos - Golos: 46-28 Diferença: +18 Vitórias-Empates-Derrotas: 16-7-7

3. V.Guimarães - 53 Pontos - Golos: 35-31 Diferença: +4 Vitórias-Empates-Derrotas: 15-8-7

4. Benfica - 52 Pontos - Golos: 45-21 Diferença: +24 Vitórias-Empates-Derrotas: 13-13-4

5. Marítimo - 46 Pontos - Golos: 39-28 Diferença: +11 Vitórias-Empates-Derrotas: 14-4-12

6. V.Setúbal - 45 Pontos - Golos: 37-33 Diferença: +4 Vitórias-Empates-Derrotas: 11-12-7

7. Sp.Braga - 41 Pontos - Golos: 32-34 Diferença: -2 Vitórias-Empates-Derrotas: 10-11-9

8. Belenenses - 40 Pontos - Golos: 35-33 Diferença: +2 Vitórias-Empates-Derrotas: 11-10-9

9. Boavista - 36 Pontos - Golos: 32-41 Diferença: -9 Vitórias-Empates-Derrotas: 8-12-10

10. Nacional - 35 Pontos - Golos: 23-28 Diferença: -5 Vitórias-Empates-Derrotas: 9-8-13

11. Naval - 34 Pontos - Golos: 26-45 Diferença: -19 Vitórias-Empates-Derrotas: 9-7-14

12. Académica - 32 Pontos - Golos: 31-38 Diferença: -7 Vitórias-Empates-Derrotas: 6-14-10

13. E.Amadora - 31 Pontos - Golos: 29-41 Diferença: -12 Vitórias-Empates-Derrotas: 6-13-11

14. Leixões - 26 Pontos - Golos: 27-37 Diferença: -10 Vitórias-Empates-Derrotas: 4-14-12

15. P.Ferreira - 25 Pontos - Golos: 31-49 Diferença: -18 Vitórias-Empates-Derrotas: 6-7-17

16. U.Leiria- 13 Pontos - Golos: 25-53 Diferença: -28 Vitórias-Empates-Derrotas: 3-7-20

Notas:

Belenenses (-6 Pontos): Caso Meyong

Naval (+3 Pontos): Caso Meyong

FC Porto (-6 Pontos): Apito Final

U.Leiria (-3 Pontos): Apito Final

Boavista (Descida de divisão): Apito Final
(esta decisão está dependente, da aceitação ou não do recurso apresentado pela Boavista F.C., S.A.D., e sendo negado, o Boavista fica em último lugar com 0 Pontos, permanecendo assim o Paços de Ferreira, na Bwin Liga 2008/2009)

Estatísticas:

Melhor Ataque: FC Porto - 60 golos marcados
Pior Ataque: Nacional - 23 golos marcados

Melhor Defesa: FC Porto - 13 golos sofridos
Pior Defesa: U.Leiria - 53 golos sofridos

domingo, 11 de maio de 2008

«Apito Final»


Enquanto, nos tribunais comuns, desconhece-se o desfecho, do longo processo «Apito Dourado», em termos de justiça desportiva, conheceu-se esta Sexta-feira, a sentença da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes, relativamente ao lado desportivo da coisa, o processo «Apito Final». Dada, a sua complexidade, e o meu desconhecimento dos regulamentos e detalhes do processo, não irei aprofundar muito o assunto, nem entrar em pormenores, o que não me compete. Vou somente, efectuar uma análise global, à luz da realidade do futebol português, sobre determinados aspectos, que para mim são óbvios, e que passo desde já a citar:

1) O curto espaço temporal, desta investigação, que se remete somente à época de 2003/2004, o que apesar de ser melhor que nada, será uma ínfima migalha, de todos os casos de corrupção que terão ocorrido no futebol nacional nos últimos anos.

2) O bom trabalho, que Hermínio Loureiro tem efectuado, desde que assumiu a presidência da Liga de Clubes, parecendo querer, quer dinamizar, quer credibilizar neste caso, a estrutura da Liga Profissional, dentro e fora das "quatro-linhas".

3) A coragem relativa (explicarei no ponto seguinte), mas apesar de tudo louvável, de pela primeira vez na história, se ter actuado em Portugal, nestes casos que retiram a transparência, do futebol que por cá se pratica. A corrupção desportiva, fenómeno, que assola os países da Europa Latina, e que já tinha provocado sanções disciplinares, em países como Itália (Calciocaos, entre outros) ou França (Caso Tapie), no nosso país foi a primeira vez, que se fez justiça, e ainda bem, pois este desfecho vai, limpar um pouco o futebol português, desacreditado nos últimos anos.

4) Falo em "coragem relativa" no ponto 3), pois obviamente, as sanções aplicadas, a União de Leiria, FC Porto e Boavista, não tiveram consequências nada dramáticas. Vejamos. A União de Leiria, perde três pontos, num campeonato, que está há muito despromovida. Ao FC Porto (que não recorreu da decisão da CD da Liga, por razões óbvias), foram retirados seis pontos, numa época, em que foi esmagadoramente superior, e tal como Pinto da Costa veio dizer, tanto faz ser campeão com 20/21 pontos de vantagem, como com 14/15. A penalização aplicada ao Boavista (descida de divisão, sentença, a que o Boavista recorreu, logo não está ainda confirmada), parece-me a mais bicuda, contudo num clube asfixiado financeiramente, sem capacidade sequer para pagar aos seus atletas, provavelmente a descida de divisão, ou mesmo a sua dissolução, seriam desfechos inevitáveis, com ou sem, «Apito Final».

5) A suspensão a João Loureiro (4 anos), é absolutamente inócua, pois este já nem é dirigente desportivo. Quanto, a João Bartolomeu e Pinto da Costa, a suspensão aplicada, é válida, mas duvido que surtirá qualquer efeito, pois estes continuarão a dirigir os respectivos clubes. Só não poderão, sentar-se no banco de suplentes, assinar contratos e representar os seus clubes em actos oficiais.

6) Gostava de destacar, o total descaramento, com que Valentim e João Loureiro, se apresentaram em entrevistas televisivas, apresentando argumentos, no mínimo mal fundamentados e duvidosos. Neste duo familiar, que arruinou as contas do Boavista FC, e cuja acusação de corrupção, não será certamente sem fundamento, virem falar de "união boavisteira e amor ao Boavista", de "total ausência de culpa neste processo, nunca tendo havido qualquer tipo de coacção sobre árbitros", e de que Ricardo Costa (presidente da CD da Liga), tomou esta decisão "por vaidade", tem tanto de ridículo, como de absolutamente anedótico. Aliás, o tom altivo e grosseiro, de Valentim Loureiro na entrevista à TVI, impondo-se não pela clareza e lógica dos seus argumentos, mas pela altura do timbre da sua voz (o que já é hábito do Major), que roçou na "gritaria", não tem classificação possível, e para mim acentua ainda mais a sua falta de credibilidade.

7) Em suma, um desfecho de um processo, que pode ser analisado por dois prismas. O do facto, de pela primeira vez, se ter feito este tipo de justiça em Portugal, parece positivo. O outro lado da questão, é o que parece ter sido uma saída soft e lisonjeira, para uma matéria que tem em muito prejudicado e retirado transparência ao futebol nacional, nas últimas décadas.


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Celebração tardia...Real Madrid 4 - 1 FC Barcelona

Após ter festejado o título em casa do Osasuna, onde venceu a equipa da casa por 1-2, o Real Madrid decidiu que não iria dar descanso às espectativas dos adeptos para o grande confronto sobre o FC Barcelona e recebeu, então, os catalães no Santiago Bernabéu. Uma vitória nada branda, aliás, bem "gorda" já que não é todos os dias que vemos colossos golearem-se...o 4-1 que o Real Madrid manchou nos catalães nem deixou hipótese de contemplar o belo golo de Henry (87). O capitão Raúl González inaugorou o placar (13 minutos), o holandês Arjen Robben ampliou (21), o argentino Gonzalo Higuaín fez o 3-0 (63) e o também holandês Ruud Van Nistelrooy não desperdiçou o pênalti a favor do Real (78).
Os adeptos do FC Barcelona já estão em desespero e poucos desejam que Rijkaard continue no comando técnico...já o Real Madrid continua em forma e Bernd Schuster não podia ter começado melhor no volante dos "merengues" do que com um campeonato conquistado com alguma vantagem sobre os adversários mais directos...









domingo, 4 de maio de 2008

Trofense sobe à Bwin Liga


Apesar do empate caseiro (1-1) consentido, o Trofense garantiu hoje (não o primeiro lugar, mas pelo menos o segundo), a subida à Bwin Liga. E é um facto digno, de registo, pois é a primeira vez na história, que a equipa da Trofa (que é um jovem concelho com apenas dez anos), alcança o escalão maior do futebol nacional, e somente após três anos de profissionalismo. Portanto, hoje haverá certamente "festa rija"na Trofa, e merecidamente. Obras de remodelação e ampliação, estão já prometidas, por parte do corpo directivo, visto que o complexo do Clube Desportivo Trofense, é de reduzida lotação (3000 lugares sentados), e de condições precárias, por exemplo para a comunicação social. E um campo onde vão passar os melhores jogadores a actuar em Portugal, e cujos jogos irão ser alvo, de várias trasmissões televisivas, merece este investimento financeiro, com o intuito de dotar o estádio do clube da Trofa, de condições pelo menos aceitáveis (que não as tem neste momento).
A nível desportivo, desengane-se quem julga, que estamos perante uma equipa, cujos jogadores são atletas jovens, desconhecidos e sem experiência primodivisionária (a estrutura do clube será, o plantel não). Já terá, ouvido falar certamente de nomes, como, Ricardo Nascimento (um jogador veterano muito talentoso, que passou três anos "escondido" na Coreia do Sul), Pinheiro, Paulo Lopes (guarda-redes), Valdomiro, Bessa, Milton do Ó ou André Barreto...
Ou seja, estamos perante um grupo, constituído por atletas, com uma certa experiência (a maior parte não tinha lugar nas suas anteriores equipas), o que terá ajudado, no caminho para a subida. Contudo, a equipa terá de ser porventura um pouco reforçada, numa liga um pouco, mais técnica, como é a Bwin Liga. Em termos técnicos, o know-how de António Conceição (que não é nenhum supra-sumo diga-se), em subidas de divisão (subiu o Estrela há umas épocas), terá também contribuído para o sucesso.
Em suma, uma subida inesperada de divisão, que se espera que tenha continuidade, para o ano, para bem do campeonato principal, o que por vezes não acontece. Numa jornada, em que se soube que o Penafiel, irá acompanhar o Fátima na descida ao primeiro dos escalões não-profissionais do futebol português, falta apenas saber, quem ocupará a segunda vaga, no acesso à primeira liga, se Rio Ave (melhor posicionado), se Vizela. Que suba, quem tiver mais condições estruturais, para proporcionar mais qualidade ao campeonato, na época 2008/2009. Não esquecer também, que está ainda em disputa, quem será o sucessor do Leixões, na conquista da Liga Vitalis, pois o Trofense ainda não garantiu o troféu.
Esperemos pelo derradeiro fim-de-semana...

Classificação Liga Vitalis - 29ª Jornada :

Clube / Pontos

1. Trofense - 51
2. Rio Ave - 50

3. Vizela - 47
4. Gil Vicente - 47
5. Olhanense - 45
6. Beira-Mar - 42
7. D.Aves - 39
8. Estoril - 38
9. Varzim - 37
10. Portimonense - 36
11. Freamunde - 35
12. Gondomar - 34
13. Santa Clara - 34
14. Feirense - 32
15. Penafiel - 26
16. Fátima - 25

Legenda :

Azul - Promoção à Bwin Liga
Vermelho - Despromoção à II Divisão

Um balde de água muito fria...

Foi em casa que o FC Porto perdeu, de maneira escandalosa, com o Nacional da Madeira. Um jogo que antevinha bom futebol, com os dois gumes da faca a apontarem um Nacional pressionante devido às suas ambições de um lado e um Porto terrivelmente forte a jogar em casa. Porém, o desfecho da primeira parte não foi muito difícil de adivinhar, pois os jogadores do Porto estavam em tal desconcentração que perderam muitas bolas em zonas vitais, que, felizmente para os "azuis e brancos", o Nacional nem sempre soube aproveitar. O Porto errava muito no sector defensivo do terreno e as transições defesa/meio-campo não podiam ter corrido pior. Lucho González foi provavelmente o único que teve uma exibição minimamente conseguida. Os jogadores da Choupana apostavam numa nova táctica e foi com alguma inspiração que Fábio Coentrão conseguiu bisar frente ao "colosso" português, destacando-se bem neste jogo e sendo considerado por isso, o melhor em campo pelo Jogo Por Jogo. Na segunda parte Jesualdo foi metendo toda a "carne" que tinha para pôr no "assador", lançando Farías e Tarik Sektioui que trouxeram algum dinamismo ao jogo, mas o Nacional estava demasiado forte na defesa e anulou facilmente jogadas calculistas. Destaque ainda para a falta de oportunismo dos avançados do Porto, que deixaram passar algumas situações de golo quase claro em aberto. Já em cima do apito final, Juninho fez um remate traiçoeiro à baliza de Hélton, que devido a um desvio não conseguiu defender a bola. 3-0 para o Nacional foi o resultado final.
Quanto a Coentrão, é um jogador que, apesar de bastante inexperiente ainda, demonstra uma dose elevada de talento, e se trabalhar bastante certos aspectos e for bem aproveitado pelos seus treinadores, pode vir a ser um jogador de referência no nosso futebol. A técnica, está lá. Aquele pé esquerdo não engana.
Um facto, interessante de se verificar, e que acentua ainda mais a hecatombe da última noite, é que, o FC Porto, sofreu num só jogo 75% dos golos (3 em 4), nos 15 jogos disputados no seu terreno.
Resumindo, a equipa que ontem, actuou, não foi sequer uma caricatura da equipa tricampeã, apresentando-se mal colectivamente, disconexa, e com uma defesa, que foi tudo menos o coeso bloco das outras 28 jornadas. A ausência total de pressão, revelou ontem, a sua outra face, porque depois, da exibição convincente (e muito, num jogo que o Porto não tinha nada a perder ou a ganhar) em Guimarães, os «dragões» apresentaram-se frente ao Nacional, demasiado relaxados e desconcentrados, descurando o profissionalismo exemplar, que é uma das suas imagens de marca.


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Competições europeias, um novo euromilhões?















Título estranho, é verdade, mas aqui no Jogo Por Jogo não é nosso costume fazer afirmações sem fundamentos, tanto é que eventos recentes nas competições milionárias levam-nos a elevar algumas observações e preconceitos cliché aos nossos leitores.
Como provavelmente muitos já sabem, o Chelsea bateu o Liverpool nas meias-finais da Champions League, passando assim, pela primeira vez, à final da mais cobiçada liga de todas, onde irá defrontar o seu rival directo pelo título da Premier League, o Manchester United. Uma grande quantidade de perguntas surgiu após a percepção deste evento muito especial, contudo, não muito invulgar. Será que Avram Grant é melhor que Mourinho, já que este último não conseguiu superar o Liverpool na Champions? Porque terão os "reds", tão fortes na Europa, perdido para com um velho conhecido? Será que apartir de agora vai haver sempre pelo menos uma equipa inglesa na final da Champions? Porque será que ainda existem meias-finais tão monótonas como a do Manchester United x Barcelona?
Existem ainda muitas mais perguntas, mas a verdade é que já não existem dúvidas que tanto intra como internacionalmente, o futebol inglês é, sem dúvida, o melhor, e trata-se duma Liga em que uma equipa como o FC Porto ou o Olympique Lyonnais se classificariam lá para o 7º ou 8º lugar. Não querendo fugir ao título deste post, o nosso objectivo é transmitir que é cada vez mais errado levar a cabo clichés em relação a estas competições, como por exemplo, "O FC Porto vai vencer o Schalke com muita facilidade!" ou "O Barcelona não passa da fase de grupos" e até mesmo "O Valência ano passado chegou aos quartos, este ano consegue a final!". Tudo errado, não pelo conteúdo das frases, mas sim pela impredictabilidade desta Liga milionária, onde muita coisa está em jogo. Para uns, glória e reconhecimento, para outros, dinheiro e muitas emoções. Este ano não foi excepção com vitórias imprevisíveis e apuramentos improváveis, como por exemplo, a presença do Fenerbahçe nos quartos-de-final da Champions ou o não-apuramento do Valência para as rondas "a eliminar".
Também, a nível da Taça UEFA, e porque estamos a falar de competições europeias no geral, quem diria que o defensivo (quem diria?) Rangers ou o brilhante Zenit chegariam à final da prova? Aliás, no início da época, dado o seu estatuto, o Bayern de Munique, era mesmo considerado o super-favorito (se é que nestas competições os existem), a vencer esta taça, e acabou "cilindrado" (4-0) pelos surpreendentes russos de São Petersburgo, com um prestígio internacional, esmagadoramente inferior ao dos bávaros.
Tudo isto para concluir, que simplesmente pensamos ser um tanto arriscado apostar off ou online neste tipo de jogos, dada a sua grande impredictibilidade.