segunda-feira, 17 de março de 2008

Setúbal, uma boa surpresa


Na época transacta, o V.Setúbal garantiu a permanência no primeiro escalão do futebol nacional, quase por milagre na última jornada, depois de ter ido vencer a Naval, à Figueira da Foz. Conquistou 24 pontos no total das 30 jornadas da prova, e esta época em somente 23 jogos, já alcançou a marca de 37 pontos, estando em 4º lugar, na zona europeia, com até algumas possibilidades de alcançar a Liga dos Campeões. Está na final da Taça da Liga e nas Meias-Finais da Taça de Portugal. Mas como conseguiu um clube, com enormes dificuldades financeiras e um dos orçamentos mais baixos da liga, andar nestas andanças até tão próximo do término da temporada? Concerteza, que não será fácil de explicar, mas vou lançar alguns argumentos credíveis.
A razão porventura mais forte, terá sido a contratação de Carlos Carvalhal, um jovem técnico português, já com alguns créditos firmados, e que conhece bem os cantos à casa, tendo promovido o Vitória ao primeiro escalão na época e 2003/2004.
Em segundo lugar, a sua direcção, provavelmente em colaboração com a equipa técnica, optaram por não entrar em gastos desnecessários para as necessidades do Setúbal, e montaram um plantel curto (cerca de 20 jogadores), contratando criteriosamente cada jogador.
De Braga, veio o guarda-redes Eduardo, o médio Filipe Gonçalves e o extremo Matheus, a título de empréstimo, e Ricardo Chaves, a definitivo, este um regresso ao clube onde viveu as melhores épocas. O primeiro, depois de uma época fraquíssima em Aveiro, renasceu no Sado, sendo hoje um dos guarda-redes mais cobiçados da Liga, tendo já renovado contrato com os bracarenses até 2013. Matheus foi também uma surpresa, neste campeonato, revelando-se um ala veloz e goleador, tendo o SC Braga, feito regressar este jogador já em Janeiro, rendido às capacidades que este evidenciou na primeira parte da época. Do Gondomar, veio o bom central Robson no Verão, e o avançado Bruno Severino em Janeiro, para compensar a saída de Edinho para os gregos do AEK. Duas boas escolhas portanto. O médio Elias, proveniente do clube da capital do móvel, e com escola no FC Porto, Bruno Gama e Pitbull, emprestados pelos «dragões», vieram também colmatar lacunas, e são hoje pedras fulcrais da equipa setubalense. De Cláudio Pitbull, disse hoje Pinto da Costa, que pode muito bem estar de regresso ao Porto na época de 2008-2009.
Desta miscelânea, de boas opções directivas, quer a nível técnico, quer de jogadores, nasceu uma equipa, cuja união e entrega dos seus atletas está patente em todos os jogos disputados. Este factor, aliado a um sistema de jogo definido, simples e sistematizado, que explora e potencia da melhor forma a capacidade dos recursos humanos disponíveis, faz deste Vitória de Setúbal, uma das melhores equipas desta época 2007-2008.
Benficas, Sportings ou Bragas, esmagadoramente superiores a nível orçamental, com planteis bastante mais apetrechados e a realizar épocas muito aquém das expectativas, deviam envergonhar-se perante esta situação e analisar cuidadosamente este modelo, para verem como se deve pensar uma época e não voltar a repetir erros...
Venha a Taça da Liga!

3 comentários:

Anónimo disse...

De facto estou surpreendido com a campanha do vitoria.

Abraço

Anónimo disse...

espero que o grande Vitória alcance a Champions. Vai ser difícil mas pela época que estão a fazer acho que mereciam!
Continuem o bom trabalho!

Mister Fred disse...

Acho que merecem, mas será muito difícil, pois a concorrência tem melhores jogadores, e os jogos nas pernas poderão pesar no Vitória.